7º Encontro das Pretas homenageia mulheres negras em Taboão da Serra

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No último sábado, 19 de julho, a cidade de Taboão da Serra sediou o 7º Encontro das Pretas, realizado na UniFECAF com o tema “Rainha Ancestralidade”. O evento homenageou mulheres negras que se destacaram por seu pioneirismo e por enfrentarem o racismo, contribuindo para a implementação de políticas públicas de promoção da igualdade racial.

A iniciativa foi organizada pela ONG Ação 25, com apoio da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de Taboão da Serra, como parte da programação do Julho das Pretas, movimento nacional e internacional dedicado ao reconhecimento e valorização da trajetória de mulheres negras, latinas e indígenas.

O Julho das Pretas foi criado pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, e tem como data central o 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, instituído em 1992. No Brasil, a data também celebra o Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola símbolo de resistência durante o período escravocrata.

O encontro contou com a presença de representantes do Movimento Negro Unificado (MNU) de Embu das Artes, Itapecerica da Serra, Osasco e Suzano, além de apresentações culturais. O grupo As Ialodês, formado por cinco mulheres negras, interpretou canções de artistas como Luedji Luna, Dona Ivone Lara, Elza Soares, Elen Oléria, Tereza Cristina, Alcione e Fat Family, destacando temas como identidade afro-brasileira, ancestralidade e empoderamento.

A programação artística incluiu também a narração de contos ancestrais e contemporâneos, exaltando o papel das mulheres negras em posições de liderança no campo religioso, social e político.

Ao final do evento, mais de 80 mulheres de diferentes idades foram homenageadas com certificados de reconhecimento por sua contribuição na luta contra o apagamento histórico-cultural da população negra.

“Este encontro acontece para fortalecer nossas vozes, nossas lutas e nossas histórias. O 7º Encontro das Pretas foi um verdadeiro espaço de acolhimento, escuta e construção coletiva. Reunimos mulheres negras de diferentes trajetórias para celebrar suas existências, reafirmar seus direitos e refletir sobre os desafios que ainda enfrentam diariamente”, afirmou o secretário de Direitos Humanos e Cidadania, professor Moreira.

O secretário também destacou avanços nas políticas públicas do município. “Taboão da Serra saiu na frente em ações de enfrentamento ao racismo ao estabelecer no início do ano o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, que atua ouvindo as demandas da população, fiscalizando casos de racismo e estabelecendo práticas de letramento racial em busca da equidade entre todos”, completou.

“Este encontro não é apenas um ato simbólico, é uma ação concreta que nasceu de um grupo de mulheres em 2018 que buscavam um compromisso com um futuro mais justo para as meninas pretas da nossa cidade”, afirmou Rubi França, presidente da ONG Ação 25 e Coordenadora da Igualdade Racial de Taboão da Serra.

Ela defendeu que, apesar dos avanços, mulheres negras ainda enfrentam grandes desafios. “Ainda somos as que mais morrem, as que mais sofrem violências, as que recebem menores salários em comparação com homens e com mulheres brancas. A sociedade ainda nos projeta em lugares de subalternidade.” Por isso, Rubi ressaltou que “o Julho das Pretas é um chamado coletivo por reparação de desigualdades e para que nenhuma de nós fique para trás, seja qual for a esfera da sociedade que esteja atuando.”

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