A Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) pediu recuperação judicial em São Paulo nesta quinta, 13. A medida visa renegociar dívidas que totalizam R$ 130 milhões, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo. O valor do passivo equivale a menos da metade do faturamento que a instituição registrou em 2024 (R$ 318 milhões).
Conforme o reitor da universidade, Ricardo Ponsirenas, a situação não altera a rotina de aulas e investimentos do grupo. “Não haverá demissões, nenhum projeto será cancelado. A empresa tem recursos em caixa e, do ponto de vista da gestão, está tudo correndo muito bem”.
FMU culpa estímulos governamentais e inadimplência
O dirigente educacional observou, no entanto, que a proteção judicial foi uma alternativa necessária no sentido de evitar que, futuramente, o caixa corra riscos de comprometimento. No pedido à Justiça, a FMU, diz a Folha, informa se ressentir de investimentos feitos durante a pandemia para manter aulas à distância.
A instituição acrescenta, do mesmo modo, que desde 2021 vem ocorrendo restrições em estímulos governamentais para o ingresso em faculdades. Além disso, há impactos decorrentes de desistências e inadimplência elevada.
A FMU informa, contudo, que desde 2023 busca soluções para controlar a sua dívida. “Graças a esses ajustes operacionais, a FMU projeta uma melhora substancial em sua margem Ebitda [lucro antes de impostos, tributos, depreciações e amortizações] ajustada ao longo de 2025, estimada em 21,5%”, diz o pedido. Em 2023, a margem Ebitda foi de 14,1%.
No entanto, além dos desafios financeiros, a FMU precisa superar um outro obstáculo à estabilidade gerencial da empresa: o conflito entre sócios. Em 2013, os fundadores da Universidade venderam a companhia para o Grupo Laureate, dos Estados Unidos. Como parte do acordo, os imóveis onde as faculdades funcionavam continuaram com antigos donos, que passaram a alugá-los para a FMU.
Débitos e multas milionárias
Os contratos de locação foram firmados em setembro de 2014, quando ocorreu a transferência do controle para o Laureate. No acordo, pendências anteriores ao negócio seriam de responsabilidade dos antigos controladores, como despesas com fornecedores e encargos trabalhistas.
Em razão da crise, medidas judiciais comprometeram o próprio funcionamento da faculdade, que teve alguns prédios interditados devido a débitos não pagos com o IPTU. As pendências geraram multas milionárias, além de disputas judiciais com os novos controladores.
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