O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos–PB), evitou se posicionar sobre a proposta de anistia aos acusados de envolvimento no 8 de janeiro. Indagado sobre o tema durante evento em homenagem a Tancredo Neves, em Minas Gerais, Motta desviou o foco e mencionou como prioridade os desafios nas áreas da saúde, educação e segurança pública.
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“Eu penso que o Brasil tem muitos desafios”, afirmou o político. “Muitos problemas a serem resolvidos pela frente, que passa também pelo parlamento, e é nessa agenda que temos que focar. É gastarmos energia com aquilo que realmente venha representar avanços para o país na saúde, educação, segurança pública, e penso que o parlamento tem que focar nessa agenda que é o que realmente a população espera de nós neste momento.”
Apoio à anistia
A proposta de anistia reúne apoio de parte expressiva da Casa. O requerimento de urgência teve 262 assinaturas — mais da metade dos deputados federais. Parlamentares da oposição, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, cobram Motta para levar o texto à votação no plenário.
O presidente da Câmara enfrenta a pressão de manter o equilíbrio entre os blocos do Partido Liberal (PL) e do Partido dos Trabalhadores (PT). Para se eleger, firmou compromissos com ambas as legendas. Agora, precisa administrar cobranças públicas pelas promessas contraditórias.
Duas promessas
No retorno do feriado de Páscoa, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, deve lembrar a Motta o compromisso assumido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva: não pautar a anistia. Gleisi disse publicamente que confia na palavra de Motta.
Do lado oposto, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que também confia no presidente da Casa. Indagado por Oeste, disse: “Não sei o que o presidente Hugo Motta tratou com o PT. Temos a palavra dele de que não impediria o avanço da proposta. Eu confio na palavra do presidente Hugo Motta.”
Nos bastidores, o mal-estar cresceu. Líderes da Câmara expõem o desconforto com a dubiedade de Motta.
Enquanto isso, PL e PT aguardam novo posicionamento. O desenlace da questão da anistia depende agora da escolha do presidente da Câmara — entre uma promessa e outra.
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