Os irmãos foram considerados culpados em 1996 de homicídio de primeiro grau e sentenciados a duas penas consecutivas de prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional. No julgamento, eles denunciaram abusos sexuais cometidos pelo pai. Irmãos Erik (à esquerda) e Lyle Menendez.
Departamento de Prisões da Califórnia via AP/Arquivo
Os irmãos Erik e Lyle Menéndez poderão deixar a cadeia nos Estados Unidos depois que um juiz da Califórnia decidiu reduzir suas penas para pelo menos 50 anos, em vez de prisão perpétua. A decisão abriu caminho para que os irmãos tenham liberdade condicional.
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Agora, eles se tornam elegíveis para condicional pela lei da Califórnia que beneficia jovens infratores, pois cometeram o crime antes dos 26 anos. Ainda assim, a decisão final sobre a libertação cabe à junta estadual de liberdade condicional.
“Não estou dizendo que eles devem ser soltos — isso não cabe a mim decidir”, disse Jesic. “Mas acredito que eles já fizeram o suficiente nesses 35 anos para merecer essa chance.”
Durante a maior parte do depoimento, os irmãos — que apareceram por videoconferência — não demonstraram emoção, mas riram quando uma prima, Diane Hernandez, contou ao tribunal que Erik tirou nota máxima em todas as matérias no semestre mais recente da faculdade.
Um juiz de Los Angeles está conduzindo a audiência que pode decidir se os irmãos devem ser libertados após quase 30 anos presos pelo duplo homicídio dos pais. Nesta terça-feira, ele afirmou que os promotores terão que provar que os irmãos ainda representam risco de cometer um crime violento, caso sejam soltos.
Mesmo com a sentença for reduzida, os irmãos ainda precisarão da aprovação da junta de liberdade condicional para deixarem a prisão. Com isso, poderiam eventualmente ser libertados com base no tempo já cumprido.
Os irmãos Menendez foram condenados em 1996 à prisão perpétua sem possibilidade de condicional pelo assassinato do pai, José Menendez, e da mãe, Kitty Menendez. O crime aconteceu na casa da família em Beverly Hills, em 1989. Na época, Lyle tinha 21 anos e Erik, 18.
Os advogados de defesa argumentaram que os irmãos agiram em legítima defesa após anos de abuso sexual por parte do pai. Já os promotores afirmaram que o crime foi cometido para que os dois ficassem com uma herança milionária.
O caso chamou a atenção do público por décadas e ganhou nova repercussão em 2024, após o lançamento de um documentário. Nos últimos meses, apoiadores dos irmãos viajaram de várias partes dos EUA para participar de manifestações e audiências.
Denúncias de abuso sexual
Os irmãos foram considerados culpados em 1996 de homicídio de primeiro grau e sentenciados a duas penas consecutivas de prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional, por atirarem e matarem seus pais, Jose e Kitty Menendez, em 20 de agosto de 1989, enquanto o casal assistia à televisão na sala de estar de sua casa.
No julgamento, os irmãos admitiram ter cometido os assassinatos, mas insistiram que o fizeram por medo de que seus pais estivessem prestes a matá-los após anos de abuso sexual por parte de seu pai, um rico executivo da indústria do entretenimento, e de abuso emocional por parte de sua mãe.
Lyle (à esquerda) e Erik Menendez durante o julgamento em que eram réus por matarem os próprios pais, em 1990
Nick Ut/AP Photo, arquivo
O ex-promotor público George Gascon entrou com uma petição por uma nova sentença no outono passado, citando novas evidências que supostamente reforçariam as alegações dos irmãos de que eles foram molestados e um registro prisional mostrando que eles haviam alcançado reabilitação enquanto estavam encarcerados.
Gascon disse que o casal pagou sua dívida com a sociedade e deveria ter direito à liberdade condicional segundo o estatuto estadual para jovens infratores, já que eles tinham menos de 26 anos na época do crime. Lyle tinha 21 anos, e Erik, 18.
Mas o sucessor de Gascon como promotor público, Nathan Hochman, se opôs à nova sentença após assumir o cargo no início deste ano, argumentando que os irmãos ainda não reconheceram e aceitaram totalmente a responsabilidade pelos assassinatos.
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