Sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o saldo das empresas estatais federais apresentou déficit de R$ 3,9 bilhões entre janeiro e junho de 2025, conforme relatório do Banco Central divulgado nesta quinta-feira, 31.
Este resultado representa o maior valor negativo nominal para o período desde o início da série histórica em 2002 e marca o terceiro semestre consecutivo de déficit. O valor ficou 35,1% acima do registrado no mesmo intervalo de 2024.
O último superávit semestral das estatais federais foi registrado em 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro, quando atingiu R$ 6,4 bilhões.
A análise do Banco Central detalha ainda que as estatais estaduais também fecharam o semestre com déficit de R$ 1,79 bilhão, enquanto as municipais acumularam saldo negativo de R$ 530 milhões.
Critérios para cálculo do déficit
O cálculo do déficit considera a diferença entre receitas e despesas primárias, sem incluir pagamentos de juros da dívida, e reflete a necessidade de financiamento das empresas sob controle do governo.
O levantamento, de natureza contábil-fiscal, exclui Petrobras e instituições financeiras estatais, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES.
Segundo o Banco Central, o resultado serve de parâmetro para avaliar a eficiência administrativa dessas empresas e o impacto sobre as contas públicas. Déficits recorrentes indicam despesas superiores às receitas, o que pode demandar aportes do Tesouro Nacional.
O desempenho também pode ser influenciado por políticas públicas que envolvem subsídios, investimentos ou ajustes tarifários.
Pontos de vista do governo e lucros das estatais
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou em abril que a metodologia do Banco Central é fiscal e não reflete a real situação financeira das estatais.
“Dessas 11 empresas que apresentaram déficit, 9 tiveram lucros”, disse. “Se você procurar qualquer empresa privada, ninguém conhece o déficit, porque essa contabilidade só faz sentido na lógica fiscal, que é pegar exclusivamente as receitas daquele ano contra as despesas daquele ano.”
Esther Dweck alegou, ainda, que empresas como Serpro e Dataprev, embora apontadas com déficit pelo Banco Central, fecharam o ano passado com lucros líquidos de R$ 685 milhões e R$ 508,2 milhões, respectivamente. No caso da Dataprev, o resultado foi menor que em 2023, quando chegou a R$ 598,6 milhões.
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