‘Cadê o decoro, Excelência?’: Moraes ganha rap depois de Magnitsky e gesto obsceno

‘Cadê o decoro, Excelência?’: Moraes ganha rap depois de Magnitsky e gesto obsceno

Um rap de teor crítico ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ganhou destaque no TikTok depois do episódio em que ele fez um gesto obsceno durante o clássico entre Corinthians e Palmeiras, na quarta-feira 30. O magistrado apareceu mostrando o dedo do meio enquanto assistia à partida na Neo Química Arena, em São Paulo.

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No mesmo dia, Alexandre de Moraes foi incluído pela legislação Magnitsky, dos Estados Unidos, que prevê sanções a agentes estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos. As punições incluem bloqueio de bens e restrições financeiras.

Repercussão nas redes sociais e críticas ao ministro

A música, publicada pelo perfil criticanograve, chama o ministro Moraes de “carrasco de toga” e questiona sua postura diante do público. Em um dos versos, o autor diz: “Cadê o decoro, excelência? Cadê o respeito à audiência? Se fosse o [Jair] Bolsonaro, era impeachment na sequência. Mas quando é você, a imprensa vira paciência.”

O rap faz referência à aplicação da Lei Magnitsky, ironiza a reação do ministro à vaia da torcida e critica a diferença de tratamento em relação a outros políticos, como Jair Bolsonaro (PL). O texto completo da canção destaca a rejeição popular e a repercussão negativa do gesto.

Leia a letra do rap sobre Alexandre de Moraes:

“Democracia virou teatro, velho.
O ator principal? Carrasco de toga.
Vamos falar a verdade agora.

Tô vendo o castelo ruir, ninguém segura esse tombo.
O homem da capa preta sente o peso do combo.
Magnitsky chegou, não teve como fugir.
Congela os bens, congela os sonhos de quem quis oprimir.

Achou que ia ser ovacionado no estádio,
mas esqueceu que o povo não vive na bolha do rádio.
Não lê Miriam Leitão, nem Cantanhede, irmão.
Lê boleto, lê o preço do feijão.

Se alimenta do aplauso da elite nojenta,
mas na quebrada o nome dele é lido na placa de zenta.
Corintiano de fachada foi buscar aprovação.
Saiu com o dedo no ar e a alma no chão.

Dedo no meio, dedo na ferida.
O ministro da Suprema se perdeu na avenida.
Achou que era rei, se meteu na torcida.
A vaia foi o hino da justiça esquecida.

Dedo no meio, dedo no espelho:
a imagem de um déspota com sede de conselho.
Se o povo grita, ele manda inquérito —
mas ontem quem gritou foi o eco do mérito.

Tá sancionado, velho.
Bloqueado, travado: nem cartão, nem conta, nem cartão dourado.
Sua esposa e o escritório também na lista.
Agora a maré virou — e a maré é realista.

Ele quis mostrar que é forte… tá fraco.
Tentou ser popstar, virou meme de macaco.
O jogo virou em praça pública, e ele não soube perder.
Fez o gesto obsceno que diz tudo sem dizer.

Cadê o decoro, excelência?
Cadê o respeito à audiência?
Se fosse o Bolsonaro, era impeachment na sequência.
Mas quando é você, a imprensa vira paciência.

Dedo no meio, dedo na ferida.
O ministro da Suprema se perdeu na avenida.
Achou que era rei, se meteu na torcida.
A vaia foi o hino da justiça esquecida.

Dedo no meio, dedo no espelho:
a imagem de um déspota com sede de conselho.
Se o povo grita, ele manda inquérito —
mas ontem quem gritou foi o eco do mérito.

A liberdade de expressão que tu nega virou tua defesa.
Quando se entrega, quer bancar o juiz e o réu na mesma cela —
mas esquece que a verdade não cabe na sua tela.

O povo tá cansado de fingir que não vê.
As contas não batem. O medo não dá pra esconder.
Bolsonaro nas ruas, multidão no pulmão.
Você na sacada, escutando o som da rejeição.

Você falou: “Não quer ser criticado? Não entre na vida pública.”
Mas parece que a crítica virou cláusula abusiva na tua justiça de exceção.
Você julga, persegue, condena com sua mão.
Agora imagina: mil processos por agressão moral.

Cada torcedor ali te acusando do mesmo mal.
Pelas tuas próprias regras, isso vira tribunal.
E o povo vira autor — você réu principal.

Dedo no meio, dedo na ferida.
O ministro da Suprema se perdeu na avenida.
Achou que era rei, se meteu na torcida.
A vaia foi o hino da justiça esquecida.

Dedo no meio, dedo no espelho:
a imagem de um déspota com sede de conselho.
Se o povo grita, ele manda inquérito —
mas ontem quem gritou foi o eco do mérito.

E aí? Vai abrir inquérito pra arquibancada inteira?
Vai mandar a PF na porta da galera brasileira?
O povo te deu o troco com vaia e com humor —
mas você reagiu com o dedo, no ápice do rancor.

Magnitsky não é meme, é o fim do glamour.
Censura tem data pra explodir como tambor.
Você subiu alto demais nessa arrogância vulgar,
e agora cai com estilo, igual ditador no altar.

Se fodeu.
Se fodeu.”

Leia também: “Moraes na lista dos ditadores“, reportagem de Artur Piva publicada na Edição 280 da Revista Oeste

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Fonte: https://revistaoeste.com/politica/moraes-e-tema-de-rap-viral-no-tiktok-com-criticas-a-gesto-obsceno-e-sancao-da-magnitsky/

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