A imprensa internacional repercutiu a ordem de prisão domiciliar imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira, 4.
A decisão de Moraes ocorre um dia depois das manifestações que levaram multidões às ruas pedindo o impeachment do ministro e o fim do governo Lula.
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Além disso, nesta segunda, os jornalistas David Ágape, Eli Vieira e Michael Shellenberger divulgaram a segunda parte do escândalo que ficou conhecido como “vaza toga”. Mensagens obtidas por eles mostram que Moraes teria criado um tipo de tribunal paralelo para perseguir alvos específicos com base em informações de redes sociais e conversas em grupos privados.
Na ordem de prisão contra Bolsonaro, Moraes mencionou posts dos filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP), do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ).
Conforme o magistrado, os filhos do ex-presidente divulgaram vídeos dele nos protestos deste domingo 3.
No Rio, Flávio pôs o pai, brevemente, no viva-voz do celular para falar ao público. Em seguida, por volta das 14h, o senador postou um vídeo, no qual mostrou o outro lado da ligação: o pai, em casa, mandando uma mensagem aos apoiadores.
Agências destacam cautelares impostas a Bolsonaro na semana passada
As agências de notícias Reuters e AP lembraram que o ex-presidente já havia sido alvo de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, também por ordem de Moraes, que imputou a Bolsonaro a acusação de obstrução de investigação e atentado à soberania nacional por conta das reações dos EUA contra abusos do Judiciário brasileiro.
Ao impor uma sobretaxa de 50% sobre parte das exportações brasileiras, o governo Trump vinculou o fim das medidas ao fim da perseguição política contra Bolsonaro.
Como parte do pacote de sanções, Alexandre de Moraes e outros sete ministros do STF tiveram os vistos norte-americanos suspensos pelo governo dos EUA. Além disso, Moraes está sob as sanções impostas pela Lei Magnitsky.
O jornal britânico The Guardian destacou que a ordem de Moraes incluiu a determinação para a Polícia Federal apreender todos os telefones celulares disponíveis na casa do ex-presidente.
Jornais detalham ordem de Moraes
O canal de televisão por assinatura CNBC reforçou que Moraes “também proibiu Bolsonaro de receber visitas, com exceção de advogados e pessoas autorizadas pelo tribunal, e de usar celular, seja diretamente ou por meio de terceiros”.
O diário norte-americano Greenwich Time e a agência de notícias Bloomberg também repercutiram a ordem de Moraes contra Bolsonaro.
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O site de notícias especializado no mercado financeiro Investing e o jornal The Washington Post destacaram as acusações que pesam contra o ex-presidente no inquérito que apura suposta “tentativa de golpe”.
A ordem prisão também foi repercutida pelo site da TV Aljazeera e pelos jornais India Today, Clarin, na Argentina, e pela agência de notícias italiana Ansa.
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