Os preços do petróleo subiam mais de 7% por volta das 10h. Principal preocupação é se os ataques vão afetar o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de um quinto do consumo total de petróleo do mundo. EUA afirmam que não participaram de ação contra Irã e Trump diz que há mais ataques à frente
As ações da Petrobras abriram em alta de 4,31% nesta sexta-feira (13), após Israel lançar ataques contra o Irã, provocando um salto do preço do petróleo no mercado internacional e elevando os temores de interrupção no fornecimento global.
Os preços do petróleo subiam mais de 7% por volta das 10h.
▶️ O barril tipo Brent (referência global) subia 7,92% — um acréscimo de cerca de US$ 5,49 — e era negociado a US$ 74,85. Mais cedo, chegou a US$ 78,50, o maior valor desde 27 de janeiro.
▶️ O petróleo WTI (referência nos EUA) subia 8,66% no mesmo horário — um acréscimo de US$ 5,89 — e era negociado a US$ 73,93. Ele também atingiu uma máxima de US$ 77,62, o maior preço desde 21 de janeiro.
Os ganhos desta sexta-feira representam os maiores movimentos intradiários para ambos os contratos desde 2022, quando a invasão da Ucrânia pela Rússia provocou uma disparada nos preços da energia.
Nesta sexta, o diretor executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, publicou no X que está “monitorando ativamente o impacto dos confrontos entre Israel e o Irã nos mercados de petróleo” e destacou que “o sistema de segurança petrolífera da AIE tem mais de 1,2 bilhão de barris de estoques de emergência”.
No entanto, o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) criticou a declaração, dizendo que ela “dispara alarmes falsos e projeta uma sensação de medo no mercado, ao repetir a necessidade desnecessária de potencialmente usar estoques de emergência de petróleo”.
“Avaliações semelhantes feitas em casos anteriores, mais recentemente em 2022, contribuíram para uma maior volatilidade do mercado e levaram a liberações prematuras de estoques que, em última análise, se mostraram desnecessárias”, afirmou Haitham Al Ghais.
A Companhia Nacional Iraniana de Refino e Distribuição de Petróleo informou que suas instalações de refino e armazenamento não foram danificadas e seguem operando normalmente.
Por que os ataques afetam os preços do petróleo?
Israel afirmou ter atacado instalações nucleares, fábricas de mísseis balísticos e comandantes militares iranianos, no início de uma operação que, segundo o governo, será prolongada para impedir que Teerã desenvolva uma arma nuclear. O Irã prometeu uma resposta severa.
O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu que o Irã aceite um acordo sobre seu programa nuclear, a fim de evitar “os próximos ataques já planejados”.
A Companhia Nacional Iraniana de Refino e Distribuição de Petróleo informou que suas instalações de refino e armazenamento não foram danificadas e seguem operando normalmente.
Mas a principal preocupação é se os recentes acontecimentos afetarão o Estreito de Ormuz, por onde transita cerca de um quinto do consumo global de petróleo.
Essa importante hidrovia já vinha sendo considerada vulnerável devido à crescente instabilidade regional, mas até o momento não foi afetada. O fluxo de petróleo na região também segue inalterado.
No pior cenário, analistas do JPMorgan afirmaram na quinta-feira que o fechamento do estreito ou uma retaliação por parte dos principais produtores de petróleo da região poderia elevar os preços para a faixa de US$ 120 a US$ 130 por barril — quase o dobro da previsão atual.
O aumento de US$ 10 por barril nos últimos três dias ainda não reflete qualquer queda na produção de petróleo iraniana, tampouco uma escalada que envolva interrupções no fluxo de energia pelo Estreito de Ormuz, afirmou o analista do Barclays, Amarpreet Singh, em nota.
“A questão principal agora é se essa alta do petróleo durará mais do que o fim de semana ou uma semana. Nosso sinal é que há uma probabilidade menor de uma guerra total, e a alta do preço do petróleo provavelmente encontrará resistência”, disse Janiv Shah, analista da Rystad.
Fumaça é vista em Teerã, no Irã, após ataques de Israel
AP/Vahid Salemi
Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/06/13/acoes-da-petrobras-ataques-de-israel-ao-ira.ghtml