Informação foi confirmada ao g1 pelos advogados de Bruno dos Santos Campos, o homem acusado de cometer o crime. Ele continuará preso após a Justiça acatar a denúncia do Ministério Público. Bruno dos Santos foi denunciado pelo Ministério Público
Reprodução e divulgação
Bruno dos Santos Campos, acusado de matar a ex-companheira e empresária Brenda Bulhões a tiros em Guarujá, no litoral de São Paulo, continuará preso. Conforme apurado pelo g1, a detenção temporária foi convertida em preventiva após a conclusão do inquérito policial.
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Brenda foi morta no bairro Paecará em 29 de novembro de 2024, dias antes de completar 27 anos. Uma câmera de monitoramento registrou o momento em que ela foi baleada. A jovem estava em uma motocicleta, pois havia acabado de estacionar em frente ao próprio salão de beleza (veja abaixo).
Bruno teve a prisão temporária decretada porque era considerado pela Polícia Civil como o principal suspeito pelo crime. Em 15 de janeiro de 2025, ele foi localizado e preso em Ponta Porã (MS) na fronteira com o Paraguai, para onde tentava fugir.
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Por meio de nota, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) informou que denunciou Bruno por feminicídio consumado duplamente majorado, ou seja, quando duas ou mais circunstâncias agravam o crime e resultam em um aumento da pena.
A prisão temporária de Bruno vence no sábado (15). Desta forma, o MP-SP solicitou a conversão detenção preventiva. De acordo com o órgão, o documento foi enviado à Justiça na terça-feira (11) após a conclusão do inquérito policial da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Guarujá.
Os advogados da família de Brenda, Ana Carolina Oliveira e Leandro Santos da Silva, afirmaram que o juiz acatou a denúncia do MP-SP e converteu a prisão em preventiva ainda na terça-feira. Eles destacaram que o caso tramita sob segredo de Justiça.
O g1 entrou em contato com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
O que diz a defesa do acusado?
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Responsável pela defesa do Bruno, o advogado Marcos do Nascimento Jesuino Junior enviou uma nota à equipe de reportagem. Veja o posicionamento na íntegra abaixo:
“Bruno vem a público reafirmar que nega qualquer envolvimento com o crime que lhe é imputado. Desde o início, tem colaborado com as autoridades, pois confia plenamente na Justiça e na correta apuração dos fatos.
Após mais de quatro meses de investigação, não foram apresentados elementos concretos que sustentem a hipótese acusatória. Os indícios apontados são frágeis e insuficientes para justificar qualquer medida contra Bruno, evidenciando que ele está sendo alvo de uma verdadeira caça às bruxas.
Esclarece, ainda, que sua ida para outra região do país se deu exclusivamente em razão das ameaças que vinha sofrendo, as quais se estenderam a seus familiares, que são constantemente abordados e achincalhados nas ruas. Em momento algum teve a intenção de se furtar ao processo, mantendo-se sempre à disposição da Justiça para esclarecer os fatos.
Confiamos que a verdade prevalecerá e que a Justiça não permitirá que conjecturas infundadas prejudiquem um inocente”.
Previu a morte
Brenda Bulhões foi morta a tiros em Guarujá (SP)
Arquivo Pessoal e Reprodução
A mãe da vítima, Elisangela da Silva, contou ao g1 que dias antes de ser morta, Brenda comentou com a mãe que não teria muito tempo de vida. Na ocasião, a vítima justificou a frase dizendo que sofria ameaças do ex-companheiro. A empresária deixou uma filha de 9 anos.
Elisangela explicou que o homem era extremamente ciumento e tinha um histórico violento com outras mulheres, mas Brenda não acreditava nas histórias, pois o suspeito dava diversas justificativas.
“Era sempre a mesma história que a gente já conhece. Ela acabou tendo pena e foi ficando com ele”, disse a mãe. Segundo Elisangela, Bruno chegou a agredir Brenda na frente da filha dela. “Uma vez, ele fez isso na frente da minha neta e eu falei que não queria mais os dois juntos, mas nada foi feito”.
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Relembre o caso
Brenda Bulhões foi morta a tiros em Guarujá (SP)
Reprodução
O crime aconteceu na Rua Pará, no bairro Paecará, por volta das 8h20 do dia 29 de novembro de 2024.
Imagens mostram o momento em que Brenda estacionou uma motocicleta em frente ao estabelecimento. Instantes depois, um homem com um capacete caminhou na direção dela. O criminoso atirou e fugiu, deixando a vítima caída no chão. A ação durou menos de um minuto.
De acordo com a prefeitura, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e fez manobras de reanimação cardiopulmonar na vítima, mas sem sucesso. A morte dela foi constatada no local.
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Fonte: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2025/03/13/acusado-de-executar-a-ex-que-previu-a-propria-morte-tem-prisao-preventiva-decretada.ghtml