O Prerrogativas, grupo de advogados pró-Lula, apresentou uma representação na Advocacia-Geral da União (AGU) contra a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC), acusando-a de praticar “desinformação” sanitária ao apoiar propostas contrárias à vacinação.
O documento já foi protocolado na AGU, conforme informou Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo.
Na solicitação, os advogados destacam dois projetos de lei assinados por Zanatta. O PL 2643/2025 pretende retirar a obrigatoriedade de pais ou responsáveis vacinarem crianças e adolescentes. Já o PL 2641/2025 propõe proibir a vacinação compulsória em todo o país e cria o crime de “coação vacinal”, alterando o Código Penal.
Os argumentos dos aliados de Lula
Segundo o grupo, essas iniciativas podem facilitar falsificações de documentos, emissão de laudos sem respaldo e descumprimento das exigências mínimas de vacinação estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
A petição também acusa Júlia Zanatta de uso indevido de recursos públicos. De acordo com o grupo, Júlia usa cotas parlamentares e redes sociais oficiais para “divulgar desinformação”.
O grupo Prerrogativas é conhecido por sua atuação em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a Lava Jato e por manter diálogo direto com o governo federal.
A resposta de Júlia Zanatta
Procurada pela CNN, Júlia Zanatta disse que, se um parlamentar não puder opinar e propor leis, o mandato perde o sentido. Chamou a denúncia de “patética” e acusou o grupo de tentar calar opositores usando a Procuradoria como um “Ministério da Verdade”. Afirmou ainda que seus projetos buscam recuperar a confiança da população, defendendo a liberdade de escolha.
Leia, abaixo, a íntegra da nota de Júlia Zanatta:
“Se um parlamentar não pode opinar e propor leis, então não há razão para a existência do mandato. Agora querem acionar o que parece ser uma espécie de “Ministério da Verdade” contra mim. É patético.
O Grupo Prerrogativas, que emplacou dezenas de nomes no Governo Lula, tenta transformar divergência política em perseguição institucional. É lamentável ver um grupo ligado ao PT tentando deslegitimar o trabalho de uma deputada eleita democraticamente. Política se faz com debate, não com intimidação.
O autor do pedido, Marco Aurélio de Carvalho, é vinculado ao PT desde a juventude e já coordenou o setor jurídico do partido. Agora tenta transformar a Advocacia-Geral da União em instrumento de intimidação contra parlamentares da oposição, contando com a conivência da chamada Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia, órgão criado pelo desgoverno Lula que já se comporta como um verdadeiro Ministério da Verdade.
Não apresentaram nenhuma fala minha considerada anticientífica. O que contestam são projetos de lei que propõem o fim da obrigatoriedade vacinal — uma medida que visa justamente recuperar a confiança da população, hoje abalada por ações coercitivas. Países como a Suíça não obrigam, e têm cobertura vacinal altíssima.
Nosso papel como representantes do povo é convencer, jamais impor ou humilhar. A população já percebeu que o bem que o Estado pode fazer é limitado, mas o mal que ele pode causar é infinito. Pesquisa da Atlas Intel mostra que o brasileiro teme mais o Estado (Judiciário, Governo e Congresso) do que o crime organizado. Iniciativas como essa apenas reforçam essa percepção.
Se minhas falas reverberam mais do que as ações do próprio governo, isso revela muito mais sobre a ineficiência deles do que sobre mim.”
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