Aluno acusa professor de cometer racismo após macaco entrar em sala de aula no litoral de SP

Aluno acusa professor de cometer racismo após macaco entrar em sala de aula no litoral de SP

Professor pediu para aluno não olhar para o sagui, dizendo que o animal o poderia confundir com um familiar. Os demais estudantes também denunciaram o caso ao diretor da Escola Estadual Professor Jon Teodoresco, em Itanhaém. A Seduc-SP informou que o caso é investigado. Caso ocorreu na escola estadual Jon Teodoresco, em Itanhaém (SP)
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Um adolescente de 16 anos denunciou um professor por racismo na Polícia Civil em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Em depoimento no 1º Distrito Policial, o aluno informou que o docente o comparou a um macaco diante dos colegas na Escola Estadual Professor Jon Teodoresco.
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O caso, segundo o estudante, aconteceu na última segunda-feira (10), após um sagui (Callithrix penicillata) ter entrado na sala de aula pela janela.
O jovem disse aos policiais que o professor pediu para ele não encarar o animal, que poderia reconhecê-lo como um familiar.
Durante o registro do boletim de ocorrência, o aluno disse ter ficado desconfortável com a situação, e contou sobre o ocorrido para as irmãs, que foram até a escola para conversar com a direção antes de seguirem à delegacia.
Segundo apuração do g1, o diretor da unidade também procurou a polícia. Ele contou ter sido informado por alunos sobre o preconceito racial e que, depois, o professor teria dito em sala: “Todos somos iguais, todos somos macacos”, informou, com base no relato dos estudantes.
Secretarias de Educação e Segurança
Em nota, a Secretaria de Educação de São Paulo (Seduc-SP) informou que repudia qualquer tipo de discriminação, dentro ou fora do ambiente escolar. “A Diretoria de Ensino de São Vicente abriu uma apuração para avaliar a conduta do docente, que poderá acarretar sanções administrativas”.
Ainda segundo a pasta, a escola irá intensificar projetos para fortalecer a convivência pacífica, o respeito e o combate ao bullying e racismo. Além disso, um psicólogo do Programa Psicólogos nas Escolas está à disposição do aluno.
“A Diretoria de Ensino e a direção escolar permanecem à disposição dos familiares para mais esclarecimentos”, disse a pasta, em nota.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que a Polícia Civil investiga o caso de injúria ocorrido na segunda-feira (10). “O caso foi registrado como preconceitos de raça ou de cor pelo 1º DP de Itanhaém que atua para esclarecer os fatos”.
Racismo é crime
Lei que equipara o crime de injúria racial a racismo entra em vigor
Em janeiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei que equipara o crime de injúria racial ao de racismo, que é inafiançável e imprescritível.
Injúria racial: quando a honra de uma pessoa específica é ofendida por conta de raça, cor, etnia, religião ou origem.

Racismo: quando o agressor atinge um grupo ou coletivo de pessoas, discriminando uma raça de forma geral.
Antes da lei, a pena para injúria racial era de reclusão de um a três anos e multa. Com sanção da nova lei, a punição passa a ser prisão de dois a cinco anos. A pena será dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas.
❌ Palavras, frases e expressões com origem ou significado racista que não se deve usar
Amanhã é dia de branco: expressão utilizada para se referir a dia de trabalho, responsabilidade e compromissos. Isso porque, antigamente, o trabalho dos escravizados não era considerado trabalho e essa ideia permanece até hoje.

Tem caroço nesse angu: expressão possui origem em um truque realizado pelos escravizados para se alimentarem. Quando um prato era composto de angu de fubá, a escravizada que servia a comida conseguia esconder um pedaço de carne ou alguns torresmos debaixo do angu.

Até tenho amigos que são negros: frase geralmente utilizada como forma de defesa quando se aponta atitude ou fala racista.

Como você faz para lavar esse cabelo/trança? associar os cabelos cacheados, crespos, trançados ou com dreads com sujeira, de quem não lava.

Moça, você trabalha aqui? suposição racista direcionado a pessoas negras que só podem ocupar determinados espaços se estiverem em posição de subserviência.

Língua preta: expressão que significa “fofoqueiro”, “língua de trapo”, usando a palavra “preta” como marcador negativo.

Macaco: ofensa racista remonta ao período escravocrata, quando estudiosos eugenistas utilizaram do argumento de que os povos africanos descendiam diretamente dos macacos, associando-os diretamente a práticas animalescas, sendo, por isso, “justificável” a sua escravização.

Mulheres negras são boas de parir, aguentam mais a dor: noção do racismo científico de que pessoas negras são mais fortes e resistentes à dor.
Jovem escreve livro para ajudar quem sofre de bullying
Adolescente compartilha dores e luta contra o bullying em livro
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Fonte: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2025/03/14/aluno-acusa-professor-de-cometer-racismo-apos-macaco-entrar-em-sala-de-aula-no-litoral-de-sp.ghtml

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