Análise levanta suspeita de uso de robôs na reação da esquerda ao tarifaço

Análise levanta suspeita de uso de robôs na reação da esquerda ao tarifaço

Uma análise realizada com base em dados da plataforma Brandwatch e publicada nesta terça-feira, 15, revelou indícios consistentes de atuação de robôs na mobilização de apoio ao governo Lula nas redes sociais, especialmente depois do anúncio do tarifaço do presidente norte-americano Donald Trump contra produtos brasileiros.

O estudo demonstrou um padrão de comportamento incompatível com usuários reais e sugeriu o uso de contas automatizadas para amplificar críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e reforçar a imagem do atual governo.

Durante o período entre 9 de julho, às 17h, e 14 de julho, às 10h, foram registradas 1,66 milhão de publicações na plataforma X em apoio ao governo. Apesar do volume expressivo, essas postagens partiram de apenas 149,8 mil usuários únicos, o que representa uma média de 11 publicações por usuário.

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A concentração, no entanto, foi muito maior entre os mil perfis mais ativos, responsáveis por 515,2 mil publicações — o equivalente a 31% do total — apesar de representarem apenas 0,6% dos usuários.

Entre os destaques da análise, estão perfis como “@GilsonAraj90635”, com 5,6 mil postagens, com 603 menções por hora no dia 11 de julho às 14h. Outro exemplo é “@ZATANGOIES”, que publicou 5,1 mil vezes e atingiu 788 menções por hora no mesmo dia, às 21h.

Em seu pico, esse último perfil chegou a 37 publicações por minuto, uma postagem a cada 1,4 segundos, “um ritmo totalmente incompatível com o comportamento humano espontâneo”, de acordo com o relatório.

Perfis operam em ritmo típico de robôs

A investigação também mostrou que os perfis operam em rajadas curtas, com picos de publicações seguidos de longos períodos de inatividade. Essa dinâmica — descrita como “short bursts” — é considerada típica de operações automatizadas ou campanhas digitais estruturadas.

O conteúdo das publicações reforça a hipótese de coordenação: as mensagens expressam “uma sistemática defesa de Lula e ataques direcionados a adversários políticos”, com hashtags como “#BolsonaroTaxouOBrasil”, “#DefendaOBrasil” e “#EstamosComLula”. Esse padrão se repetiu nos perfis de maior atividade durante o período analisado.

O relatório também chamou atenção para o perfil “@OveinhoT78336”, que realizou 3,3 mil publicações, com picos de até 27 por minuto, e para o perfil “@franschuartz13”, com 2,5 mil publicações e uma frequência de até 25 postagens por minuto.

Geraldo Alckmin diz que tarifas impostas por Trump podem prejudicar os Estados Unidos | Foto: Reprodução/Twitter/X

Esses e outros perfis listados foram analisados não apenas pelas postagens sobre a taxação, mas por seu comportamento geral na rede, o que revela um uso sistemático de termos alinhados ao discurso governista.

Em uma seção dedicada às evidências de atuação de robôs, o relatório conclui que “essa combinação de alto volume, coordenação temporal e discurso unificado reforça a hipótese de militância digital remunerada ou instrumentalizada para manipular a narrativa pública nas redes sociais”.

A análise mostra que, diante da repercussão internacional do tarifaço e da tentativa de atribuição de responsabilidade a Bolsonaro, houve uma mobilização digital coordenada para conter os danos à imagem do governo federal, comportamento que põe em xeque a autenticidade da reação registrada nas redes sociais.

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Fonte: https://revistaoeste.com/politica/analise-levanta-suspeita-de-uso-de-robos-na-reacao-da-esquerda-ao-tarifaco/

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