Ao determinar, na manhã desta sexta-feira, 18, a operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), culpou Eduardo Bolsonaro pelo anúncio de tarifa de 50% sobre produtos e serviços brasileiros exportados pelo Brasil aos Estados Unidos. De acordo com o magistrado, o deputado federal licenciado foi responsável por fazer a “intermediação” com o presidente norte-americano, Donald Trump.
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No despacho direcionado à PF, o ministro do STF garante que Eduardo “afirmou, publicamente, em suas redes sociais que sua intermediação com o governo estrangeiro resultou no anúncio” tarifário, previsto para entrar em vigor a partir de 1º de agosto. Ainda segundo Moraes, o parlamentar divulgou “carta em conjunto” com o jornalista Paulo Figueiredo. O juiz chama o comunicador, que conta com cidadania norte-americana, de “réu e foragido da Justiça brasileira”.
Citado na decisão que autorizou a operação contra o seu pai, Eduardo, que está nos EUA, usou as redes sociais para criticar o ministro. De acordo com o parlamentar, Moraes “dobrou a aposta” ao determinar que o ex-presidente passe a usar tornozeleira eletrônica, além de ter de cumprir outras medidas cautelares.
“Ele [Bolsonaro] não pode se aproximar de embaixadas”, afirmou o deputado, em postagem no X. “Ele não pode falar com outras pessoas sob investigação.” Além disso, o parlamentar informou, em texto originalmente em inglês e com direito a marcar o perfil de Trump na rede social, que ele e o irmão Carlos, vereador pelo PL do Rio de Janeiro, são investigados pelo STF.
Em suscinta nota oficial, a PF se limitou a afirmar que cumpriu dois mandados de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira. O nome de Bolsonaro não foi mencionado pela corporação.
Moraes autoriza operação depois de apoio de Trump a Bolsonaro
Moraes autorizou a operação da PF contra Jair Bolsonaro um dia depois do ex-presidente brasileiro ganhar, mais uma vez, o apoio público de Trump. Em carta, o político norte-americano afirmou que o “sistema injusto” se voltou contra o seu aliado no Brasil.
“Compartilho do seu compromisso de ouvir a voz do povo e estou muito preocupado com os ataques à liberdade de expressão — tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos — oriundos do governo atual”, afirmou o presidente dos EUA, na carta em apoio a Bolsonaro. “É minha sincera esperança que o governo do Brasil mude de rumo, pare de atacar opositores políticos e encerre esse regime ridículo de censura.”
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