O ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Abib Miguel, conhecido como Bibinho, firmou um acordo com o Ministério Público do Estado para encerrar todos os processos civis e criminais ligados ao escândalo dos “Diários Secretos”.
O Tribunal de Justiça do Paraná homologou o compromisso na segunda-feira 28. Desta forma, o acordo prevê o ressarcimento de R$ 258 milhões aos cofres públicos, além do pagamento de uma multa superior a R$ 3,6 milhões.
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Depois de quase 15 anos de tramitação judicial, o Ministério Público decidiu negociar o caso. Com 85 anos, Bibinho viu parte das ações chegar à fase de recursos, elevando o risco de prescrição dos crimes.
No acerto, ele reconhece envolvimento no esquema de funcionários fantasmas, uso de “laranjas” e desvios milionários por meio de nomeações ocultas no Diário Oficial da Alep.
A Justiça manteve bloqueados cerca de 90 imóveis do ex-diretor. Caso ele descumpra o acordo, esses bens poderão ser usados para garantir o ressarcimento. Em 2010, o jornal Gazeta do Povo e a RPCTV revelaram o esquema.
Jornalistas identificaram que a Alep usava edições avulsas e inacessíveis do Diário Oficial para registrar nomeações e exonerações de comissionados — muitos dos quais desconheciam que ocupavam cargos.
Outros aceitaram participar do esquema, desde que recebessem parte do salário depositado oficialmente. Em 2018, a Justiça condenou Bibinho a mais de 255 anos de prisão por 59 atos de lavagem de dinheiro.
Escândalo na Alep impulsionou reação popular no Paraná
O escândalo dos Diários Secretos gerou comoção popular no Paraná e impulsionou o movimento “O Paraná que Queremos”, liderado pela Ordem dos Advogados do Brasil estadual.
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Em junho de 2010, milhares de pessoas participaram de um ato simbólico na Boca Maldita, em Curitiba, para exigir maior transparência nos serviços públicos.
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