A situação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) virou caso internacional. Isso ocorreu depois de o deputado italiano Angelo Bonelli pedir, nesta quarta-feira, 4, explicações do governo da Itália sobre a estadia da parlamentar no país.
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Bonelli solicitou aos políticos italianos colaboração com a Interpol no caso que envolve a congressista brasileira. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decretou a prisão de Carla Zambelli e a inclusão de seu nome na lista de difusão vermelha da polícia internacional.
O tratado bilateral entre Brasil e Itália
O deputado quer que o governo da Itália respeite o tratado bilateral de extradição firmado com o Brasil em 1989 e ratificado pela Lei nº 144 de 1991.
O caso de Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, pode servir como precedente relevante para o caso de Carla Zambelli. Ele também possuía dupla cidadania e foi extraditado em 2015.
Segundo o portal UOL, Carla Zambelli saiu do Brasil no fim de maio pela fronteira com a Argentina, onde não há obrigatoriedade de controle migratório pela Polícia Federal. Ainda não se sabe o paradeiro dela. Em entrevista à CNN Brasil, a congressista afirmou que viajará à Itália para um tratamento médico.
“Tenho um passaporte italiano, pode colocar Interpol atrás de mim, eles não me tiram da Itália”, afirmou a deputada à CNN.
Bonelli pressiona o governo local para não permitir que a deputada utilize a cidadania italiana como meio de “escapar da punição por crimes cometidos no Brasil”. “Será uma vergonha para a imagem da Itália se o governo não conceder a extradição”, afirmou ao UOL.
Ele também reproduziu as declarações públicas de Carla Zambelli à imprensa, nas quais ela justifica a ida à Itália pelo acesso ao sistema de saúde gratuito.
As acusações contra Carla Zambelli
Para fundamentar o pedido, Bonelli detalhou o histórico da congressista aos ministros italianos. A parlamentar foi condenada em decisão unânime em 14 de maio por ter supostamente invadido o sistema do Conselho Nacional de Justiça em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto.
O objetivo seria inserir documentos falsos, o que incluiria um falso mandado de prisão contra Moraes.
Bonelli também alegou que Carla Zambelli teria divulgado notícias falsas sobre as urnas eletrônicas e o aplicativo e-Título. Isso resultou em multas impostas pelo Tribunal Superior Eleitoral e ordens de remoção de conteúdo.
O parlamentar italiano citou o episódio em que a deputada sacou uma arma depois de uma discussão com um adversário político na cidade de São Paulo.
O deputado defendeu mudanças na legislação que regula a cidadania italiana. Ele propôs que pessoas condenadas por crimes graves, como golpe de Estado ou crimes contra a humanidade, percam o direito à cidadania.
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