O cientista político Paulo Kramer criticou o desempenho do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante a crise do tarifaço. Em entrevista a Oeste, o especialista disse que a diplomacia brasileira age com “gestos desdenhosos”. Também afirmou que o governo brasileiro “se aproveita da tensão para desviar o foco do desastre da política econômica do país”.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou as tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros em 9 de julho. Um dia depois, o chanceler Mauro Vieira embarcou rumo à Croácia.
No lugar de debater a crise que se formava no Brasil, o diplomata preferiu reunir-se com Maka Botchorishvili, chanceler da Geórgia. O objetivo do encontro foi conversar sobre a relação comercial entre os dois países.
Jornalista afirma que Lula impediu o Itamaraty de atuar no tarifaço
Nesta semana, o jornalista Cláudio Humberto, da Rádio Bandeirantes, afirmou que Lula impediu os diplomatas do Itamaraty de atuarem na crise que envolve o tarifaço. De acordo com ele, “o petista nunca se preocupou com os impactos do imposto na economia brasileira nem com a supressão de empregos”. “O presidente só pensava em tirar proveito da briga com Trump para reverter a ampla desaprovação nas pesquisas.”
O ex-diplomata Paulo Roberto de Almeida afirmou a Oeste que o Planalto sempre tem a última palavra sobre as atuações do Itamaraty. Kramer, por sua vez, disse que Lula tem apenas uma preocupação: “Lacrar com uma ideologia antinorte-americana digna de grêmio estudantil”.
O cientista político também disse que o “lulopetismo usa o tarifaço como pretexto para desviar o foco da opinião pública em relação à lambança fiscal”. “Também para intensificar a submissão da nossa política externa ao eixo autoritário formado pela China, Rússia, Coreia do Norte e Irã.”
No último domingo, 27, Vieira desembarcou nos EUA. O objetivo principal da viagem, segundo informações do portal g1, foi participar de agendas na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, sobre questões da Palestina.
Mauro Vieira defende a Palestina em evento da ONU
De fato, foi isso que ocorreu. Em discurso na conferência sobre a solução de dois Estados da ONU, Vieira defendeu “determinação” para enfrentar “alegações credíveis de genocídio” na Faixa de Gaza. O chanceler deu a declaração nesta segunda-feira, 28, a quatro dias de o tarifaço de Trump entrar em vigor.
Sobre a negociação com os norte-americanos, Vieira apenas avisou a integrantes do alto escalão do governo Trump que estaria no país e disposto a ir a Washington. Segundo informações do site Metrópoles, a condição é que a Casa Branca escale uma pessoa de “alto nível” para negociar. Até o momento, o chanceler brasileiro não teve resposta.
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