A Força Aérea Brasileira (FAB) vive a pior crise de sua história recente. Nos primeiros seis meses de 2025, quase 50 oficiais aviadores deixaram a instituição. Esse número já supera o total de desligamentos que o órgão contabiliza ao longo de todo o ano anterior.
Com cortes orçamentários severos, a FAB adotou recentemente uma série de medidas. Uma delas foi a redução da jornada de trabalho integral para expediente. Da mesma forma, a falta de recursos fez o órgão suspender reuniões presenciais, assim como ampliar a escala de tarefas remotas para funções administrativas. Além disso, a linha de voo sofre impacto substancial com o afastamento de 140 pilotos.
FAB perde pilotos de elite
Segundo informações do site Aeroin, parte dos desligamentos refere-se a profissionais com patentes de 1º tenente, capitão e até major. A fuga atinge unidades estratégicas, como o Esquadrão Guardião, que faz a vigilância aérea, o Esquadrão Pelicano, de busca e salvamento, e o Esquadrão Jaguar, único a operar os caças F-39E Gripen.
A lista inclui ainda um capitão do Grupo de Transporte Especial (GTE), responsável pelo transporte de autoridades, além de instrutores da Academia da Força Aérea (AFA) e do Esquadrão Gavião, que forma pilotos de helicóptero.
Com a redução drástica das horas de voo, muitos militares têm buscado oportunidades na aviação civil. “Ficar sem voar é uma espécie de prisão para nós”, disse um oficial que deixou a FAB.
Forças aéreas em algumas parte do mundo enfrentam, da mesma forma, dificuldades para reter pilotos experientes. Nos Estados Unidos, por exemplo, a solução é flexibilizar vínculos e oferecer contratos temporários. Essa fórmula, contudo, não se aplica à FAB em razão da rigidez do funcionalismo e do desgaste institucional provocado pelo uso político da aviação militar.
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