Os ex-procurador da República Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sergio Moro (União), hoje senador pelo Paraná, que foram responsáveis pela Operação Lava Jato, comentaram as severas restrições impostas a Jair Bolsonaro pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
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Os dois lembraram que Luiz Inácio Lula da Silva, então ex-presidente, só foi preso depois de condenado em duas instâncias e jamais teve restrições antes da sentença. Agora, porém, Bolsonaro não pode nem mesmo usar as redes sociais.
“Durante a Lava Jato, Lula nunca foi impedido de usar redes sociais, dar entrevistas e se comunicar com quem quisesse, falar o que quisesse, e denunciar o processo para quem ele quisesse. Nem depois de condenado, preso e cumprindo pena na Polícia Federal em Curitiba Lula foi impedido de usar redes sociais e dar entrevistas”, lembrou Deltan.
Em seguida, o ex-procurador comparou: “Mas hoje, Moraes impede Jair Bolsonaro de usar redes sociais, tolhendo sua liberdade de expressão presente e futura. Censura pura e simples, mas Barroso jurou em sua cartinha para Trump que no Brasil não tem censura e que o STF respeita a liberdade de expressão”.
Moro fez observação semelhante à de Deltan: “Lula nunca sofreu restrições em sua liberdade de se comunicar ou de se manifestar publicamente antes do seu julgamento”. Para ele, “é um precedente perigoso fazer isso com o ex-presidente Bolsonaro ou contra qualquer acusado”.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez comentário semelhante: “Lula foi condenado em três instâncias e posteriormente preso. Nunca o vi proibido de falar com alguém, usando tornozeleira ou sem ter acesso às redes sociais. Ele ainda chegou a conceder entrevista de dentro da prisão. Na democracia relativa as coisas são bem diferentes”.
O post Deltan e Moro comparam Lava Jato com restrições severas a Bolsonaro: ‘Censura pura e simples’ apareceu primeiro em Revista Oeste.