O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou a comitiva de senadores brasileiros que está nos Estados Unidos com a missão de conversar com o governo norte-americano sobre o tarifaço imposto ao Brasil pelo presidente Donald Trump.
A comitiva já custou quase R$ 500 mil aos cofres públicos. Sem agenda com Trump, os senadores divulgaram uma reunião entre eles, em um quarto de hotel, no sábado 26.
Integram o grupo os senadores Carlos Viana (Podemos-MG), Jaques Wagner (PT-BA), Rogério Carvalho (PT-SE), Nelsinho Trad (PSD-MS), Esperidião Amin (PP-SC), Teresa Cristina (PP-MS), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Fernando Farias (MDB-AL).
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Questionado sobre a missão dos senadores nos EUA, Eduardo Bolsonaro disse que os parlamentares brasileiros buscam soluções paliativas e fecham os olhos para as verdadeiras motivações de Trump.
“Eu acho negativo”, disse Eduardo ao SBT, nesta segunda-feira 28. “Quando eles vêm pra cá para fazer este tipo de coisa, eles dão esperança a estas autoridades, principalmente do judiciário, de que existe um meio-termo, de que existe um caminho onde não seja necessário o Alexandre de Moraes se mover. Então eles prolongam o sacrifício dos brasileiros.”
De acordo com o deputado, é muito difícil que o presidente Donald Trump receba os senadores.
“Não porque ele [Trump] é uma pessoa má ou deseje o pior para o Brasil, mas porque o Brasil tem sido ineficiente em dar a resposta”, continuou o deputado. “Tem tido a síndrome de avestruz. Colocam a cabeça debaixo da terra, ignorando que o problema é uma crise institucional.”
Eduardo critica caráter estritamente comercial da missão
Para o deputado, a missão dos senadores teria mais efetividade se tivesse interesse em discutir todos os termos citados por Trump ao determinar o tarifaço.
O presidente norte-americano citou abusos do Judiciário brasileiro contra cidadãos e empresas estadunidenses, e criticou a perseguição política deflagrada contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.
“É um problema dentro do Judiciário, é um problema político e não meramente econômico”, afirmou Eduardo. “Se o Brasil der um primeiro passo para mostrar que está disposto a resolver esta situação, o Trump, sim, abre uma mesa de negociação com o Brasil.”
Para o parlamentar, o governo brasileiro adota postura semelhante ao de uma ditadura e não apresenta respostas satisfatórias à comunidade internacional.
Eduardo Bolsonaro destacou ainda que vê riscos à realização de eleições livres no próximo ano e apontou que integrantes do PL enfrentam processos judiciais por declarações, não por corrupção.
“Trabalho para que eles [senadores] não encontrem diálogo porque eu sei que vindo deste tipo de pessoa só haverá acordos daquele tipo meio-termo, que não é nem certo nem errado”, completou o deputado. “Eu sei o que é certo. Não é dar 17 anos de cadeia para as velhinhas. Eu quero a liberdade destas pessoas. E o meio-termo é o que? Oito anos, cinco anos? Porque estas pessoas, estes políticos nunca se expõem defendendo a liberdade dessas flagrantes injustiças? O que eles estão fazendo para acabar com este tipo de situação? Ou será que é só quando atinge o bolso, talvez dos seus financiadores, que eles se movem?”
Sanções contra Moraes
O deputado também prevê novas sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes e outros 7 ministros do Supremo já tiveram os vistos suspensos pelos EUA.
“Eu acredito que venham, sim, sanções muito em breve”, afirmou. “É difícil você falar num dia, mas o sentimento e a expectativa é que venham sanções Magnitsky contra o Alexandre de Moraes e talvez outras autoridades.”
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