O analista de dados Clebson Vieira, servidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública durante o governo Bolsonaro, disse, nesta segunda-feira, 14, que recebeu ordens para produzir análises eleitorais com viés político.
Vieira é testemunha de acusação na ação penal que apura suposta tentativa de golpe de Estado. Ele está sendo ouvido no Supremo Tribunal Federal (STF), que realiza audiências sobre os núcleos 2, 3 e 4.
De acordo com Vieira, a ele foi solicitado que cruzasse dados de votação do segundo turno da eleição de 2022 com territórios dominados por facções criminosas, em especial o Comando Vermelho.
“Lembro que tinha mencionado que chegou um pedido para tentar ver análise e correlação estatística da concentração de votos em territórios do Comando Vermelho no Rio de Janeiro, para ver se tinha correlação se o candidato Lula tinha maior concentração de votos em área dominadas por facção criminosa”, relatou o servidor.
Clebson Vieira
Vieira citou a questão ao mencionar mensagens que trocou sua ex-mulher.
“Às vezes mantinha contato com ela, quando chegava alguma demanda com algum tipo de viés político, referente a tentar ajudar o governo”, explicou Vieira.
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