A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, admite que as crises do Pix e do INSS atrapalharam os esforços do governo para recuperar a popularidade de Lula. Segundo ela, “mesmo que você queira comunicar medidas positivas, elas ficam ofuscadas pela administração das crises”.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada neste sábado, 7, Gleisi reconheceu que essas dificuldades tiveram impacto direto na imagem do governo. No entanto, considera que o patamar de 40% de aprovação do governo Lula ainda é suficiente para viabilizar uma reversão do cenário até as eleições.
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Para reverter o quadro até 2026, Gleisi acredita ser essencial intensificar a comunicação com a população e destacar as ações e conquistas do governo. Ela mencionou que a chegada de Sidônio Palmeira à Secretaria de Comunicação (Secom) foi cercada de expectativas, mas o trabalho foi prejudicado pelas crises enfrentadas.
Ainda assim, ela se mostra confiante de que será possível melhorar a comunicação com a sociedade. “Daqui para a frente, a gente consegue chegar mais diretamente à população. É melhorar cada vez mais a comunicação e a disputa política na sociedade. Lula vai viajar mais o Brasil, conversar mais com o povo. Esse é um quadro que a gente reverte.”
Todavia, a petista também admite que o contexto atual é bem diferente dos dois primeiros mandatos de Lula, devido à atuação de uma oposição mais organizada. “Não tínhamos essa oposição militante, que é a da extrema direita, uma oposição de rua, de rede, de Congresso e que disputa o tempo inteiro”, disse à Folha. “Isso manteve quase que a realidade que tivemos na disputa eleitoral.”
“Vamos ganhar de qualquer um”, diz Gleisi sobre 2026
Questionada sobre possíveis adversários nas eleições presidenciais em 2026, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ela evitou nomeações específicas e afirmou que o governo está pronto para enfrentar qualquer opositor. “Não faço avaliação sobre adversários. Aquele que vier, vamos enfrentar e vamos ganhar a eleição de qualquer um.”
Para ela, a oposição “têm um problema porque estão divididos, não sabem quem é o candidato deles, inclusive divididos dentro da família”, enquanto Lula segue como o presidenciável da esquerda. “Temos um candidato único, que é o Lula, e que é o melhor candidato.”
Quanto à aliança com partidos como União Brasil e PP, Gleisi falou que a construção de uma base de apoio se dá com os parceiros possíveis. “A gente faz coalizão com quem é possível fazer.” O governo, afirma, precisa de governabilidade, “inclusive, com partidos de direita.”
Gleisi também afirma estar “tudo bem” quanto a partidos da base aliada terem outro candidato à Presidência da República. “Já tivemos apoio do MDB, com o MDB tendo uma candidatura própria”, explica.
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