Governo discute impacto da falta de estratégia econômica na popularidade de Lula

Governo discute impacto da falta de estratégia econômica na popularidade de Lula

Uma ala do governo Lula tem avaliado que tentar enfraquecer o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e responsabilizá-lo pela queda na popularidade do presidente é uma estratégia negativa. 

O argumento é que o Executivo ainda não definiu um rumo claro para a economia e está dividido entre medidas de austeridade e aumento dos gastos públicos, o que gera confusão e impacta negativamente na aprovação popular.

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Dentro da Esplanada, há, de um lado, um grupo que defende o foco em recuperar a credibilidade das contas públicas para melhorar a avaliação do governo. Do outro, existem aqueles que acreditam que Lula deve anunciar projetos que injetem recursos na economia, principalmente direcionados aos mais pobres e à classe média.

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) durante coletiva para explicar o pacote de gastos do governo | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Haddad tem tido atritos com ministros do Planalto, especialmente desde o início do governo, sobre como gerenciar o Orçamento. Ele defende uma abordagem mais austera, enquanto outros preferem que o governo atue como um interventor na economia.

Uma crítica interna ao governo é a inexistência de uma estratégia econômica clara. As decisões são tomadas de improviso, sem um planejamento de longo prazo. Isso tem levado a anúncios problemáticos, como o da redução de gastos junto com a isenção do Imposto de Renda.

A análise dentro do governo revela que a queda na popularidade de Lula é fruto de uma série de fatores, que se combinaram em uma “tempestade perfeita”. Entre eles, estão o ajuste fiscal, que foi anunciado com aumento de despesas, a alta do dólar, gerada pela incerteza fiscal e pela posse de Donald Trump nos EUA, a alta das taxas de juros, para controlar a inflação, e o reforço na fiscalização do Pix.

Fernando Haddad comversa com a imprensa sobre o PIX, no Palácio do Planalto, em Brasília, DF (15/1/2025) | Foto: João Risi/SEAUD/PR

Para reverter o momento negativo, o grupo de ministros mais fiscalistas sugere que o governo adote uma postura clara em relação à austeridade fiscal até 2026. No entanto, isso implicaria cortes de gastos, algo que está fora dos planos. 

Lula prefere focar ações que injetem dinheiro na economia para recuperar a popularidade.

Governo Lula nega preocupação com pesquisas eleitorais

A estratégia de comunicação do petista tenta transmitir a ideia de que ele não está preocupado com a avaliação de sua gestão. A narrativa adotada é que a eleição está distante e que as pesquisas refletem apenas o  “retrato do momento”, portanto não são motivo para preocupação. 

Sidônio Palmeira, ministro da secretaria de Comunicação do governo Lula | Foto: Reprodução/X

Isso é exemplificado pelos comentários públicos de Lula, como em 6 de fevereiro, quando disse que não se deve dar grande importância às pesquisas.

“[Estamos] muito distantes do processo eleitoral para ficar discutindo pesquisa”, disse Lula em entrevista a rádios baianas. “Nós temos de dar tempo ao tempo, porque a pesquisa de verdade começa a fazer efeito a partir do momento em que a campanha começa e as pessoas vão para a televisão fazer debate.”

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