O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou o desligamento do ar-condicionado nas dependências da Casa durante o recesso parlamentar. A decisão se deu por meio de ato administrativo e ocorreu nesta terça-feira, 22.
A medida interrompeu as reuniões das comissões que vinham sendo articuladas pela oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é alvo de medidas cautelas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares pretendiam avançar em pautas mesmo no período de pausa legislativa.
A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) relatou que uma de suas assessoras quase desmaiou devido ao calor nas salas do Congresso Nacional. Situação que, de acordo com ela, ocorreu em virtude do desligamento do ar-condicionado nas dependências da Câmara.
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“Hugo Motta não permitiu nem ligar o ar-condicionado da sala de reunião da comissão”, disse Zanatta, conforme o portal Metrópoles. “Minha assessora quase desmaiou.”
Atualmente, Júlia Zanatta é titular de duas comissões da Câmara dos Deputados: Constituição e Justiça e de Cidadania; e Especial sobre Direito Digital. A parlamentar não divulgou o nome da assessora que passou mal.
Hugo Motta proíbe trabalho de comissões
Em ofício assinado nesta terça-feira, Hugo Motta comunicou aos deputados que as reuniões de comissões estão suspensas até 1º de agosto. Ou seja, impediu as atividades dos colegiados durante o período do recesso parlamentar.
Júlia Zanatta atribuiu a ação ao objetivo de atrapalhar os planos da oposição, que pretendia deliberar sobre temas importantes durante o recesso. De acordo com ela, o presidente da Câmara age, cada vez mais, alinhado com os objetivos da esquerda.
“Hugo Motta cancelou e ainda proibiu a realização das reuniões das comissões convocadas por nós da oposição”, reclamou Zanatta, segundo o Metrópoles. “Ele fez isso hoje, em uma clara afronta à nossa mobilização. Ele gosta mesmo é de ceder à greve de fome de deputado do Psol.”
A menção à greve de fome tem relação com o caso do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ). Em 9 de abril, o psolista, que é alvo do Conselho de Ética da Câmara, iniciou uma greve de fome, além de passar a dormir nas dependências da Casa legislativa. O movimento do deputado de esquerda teve fim oito dias depois, com acordo anunciado por Motta.
A oposição marcou essas reuniões de comissões em resposta às medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, contra Bolsonaro. Desde a última sexta-feira, 19, o ex-presidente tem de usar tornozeleira eletrônica e não pode postar nada nas redes sociais.
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