Investigação da PF cita Júnior Mano em esquema com ‘pedágio’ de 12% em emendas

Investigação da PF cita Júnior Mano em esquema com ‘pedágio’ de 12% em emendas

A Polícia Federal (PF) identificou um esquema de cobrança de propina para a liberação de emendas parlamentares em municípios do Ceará. Segundo a investigação, o grupo exigia até 12% de retorno dos prefeitos beneficiados.

As descobertas envolvem diretamente o deputado Júnior Mano (PSB-CE) e citam nomes de outros três parlamentares: José Guimarães (PT-CE), Eunício Oliveira (MDB-CE) e Yuri do Paredão (MDB-CE).

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Segundo a PF, os operadores do esquema tratavam o valor da propina como “pedágio” ou “imposto”. As cobranças, conforme o relatório, se tornaram uma “prática institucionalizada de corrupção”.

O dinheiro desviado teria abastecido campanhas eleitorais de aliados de Júnior Mano que disputaram prefeituras cearenses neste ano. As investigações mostram que o grupo favorecia empresas ligadas a operadores políticos por meio de transferências voluntárias.

Em mensagens interceptadas, Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto, aparece como articulador das negociações. Eleito prefeito de Choró em 2024, Bebeto não tomou posse por decisão da Justiça Eleitoral.

A PF deflagrou a operação na terça-feira, 8. Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão no gabinete de Júnior Mano na Câmara dos Deputados, em seu imóvel funcional em Brasília e em sua residência em Fortaleza. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou as diligências.

Segundo os investigadores, o deputado exercia “papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”.

Ex-prefeita relata cobrança de 10% e se afasta de aliados de Júnior Mano

Em um dos trechos do relatório, Bebeto afirma que Guimarães teria liberado R$ 2 milhões para Choró, enquanto Eunício indicou R$ 1 milhão para Canindé.

A investigação também cita o depoimento de uma ex-prefeita de Canindé. Ela afirmou que se recusou a devolver 10% do valor de duas emendas atribuídas a Guimarães, o que teria motivado seu rompimento com o grupo político de Júnior Mano.

Em nota, Guimarães negou qualquer ligação com os municípios mencionados e garantiu que não enviou emendas para Choró. Sobre Canindé, ele disse que “uma simples consulta ao Siafi comprova que não destinei nenhuma emenda em 2024 e 2025”.

A assessoria de Eunício informou que a emenda para Canindé foi indicada apenas em maio e que o parlamentar já pediu a suspensão da transferência ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

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Segundo a equipe, ele destinou recursos para dezenas de cidades cearenses de forma legal e transparente. A defesa de Yuri do Paredão também se manifestou. Em nota, afirmou que “todos os recursos estão disponíveis no Portal da Transferência da Câmara”, o que demonstraria “seriedade e responsabilidade” do deputado.

Mesmo assim, a PF encontrou conversas entre Yuri e Bebeto que sugerem proximidade. Em um dos diálogos, o parlamentar pergunta sobre o limite de investimento em “alguma cidade sua”.

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Fonte: https://revistaoeste.com/politica/esquema-de-12-em-emendas-envolve-junior-mano/

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