Em mais um capítulo que demonstra a falta de articulação do governo petista com o Legislativo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu publicamente que sua gestão falhou ao não dialogar com o Congresso antes de anunciar o polêmico aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
“Toda vez que a gente toma uma atitude sem conversar com as pessoas que vão ter que nos defender e defender a proposta, a gente pode cometer erros”, afirmou Lula. A declaração ocorreu nesta terça-feira, 3, em coletiva no Palácio do Planalto, depois de uma onda de críticas que escancarou a tensão entre Executivo e Legislativo.
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A medida, articulada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prevê o aumento das alíquotas do IOF sobre operações com cartões internacionais, compra de moeda em espécie e crédito.
Segundo o presidente, a proposta foi lançada “no afã de dar uma resposta logo à sociedade”. Lula ainda admitiu que nem sequer estava no Planalto quando a medida foi anunciada.
Lula marca reunião para discutir o IOF
Agora, em mais um movimento que tenta apagar o incêndio sobre o IOF, Lula confirmou um almoço no Palácio da Alvorada, nesta terça-feira. Lá, deve se reunir com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e outros líderes partidários em busca de um acordo para evitar a derrubada total do decreto.
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“Antes de qualquer medida que a gente mande para o Congresso Nacional, nós temos que reunir aqui as pessoas que são parceiros disso, o Presidente do Senado, o Presidente da Câmara, os líderes dos partidos, são 12 líderes que têm influência nas decisões, então por que não discutir com eles?”, declarou Lula.
Ainda em coletiva, o petista argumentou que o decreto do IOF surgiu como resposta à demora do Congresso em votar medidas de compensação à desoneração da folha de pagamento.
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“O ministério da fazenda está tentando fazer um reparo, que foi um acontecimento do não cumprimento de uma decisão da Suprema Corte pelos companheiros senadores”, declarou.
O aumento do IOF, que continua em vigor, gerou mais de 20 projetos de decreto legislativo (PDLs) para derrubá-lo. Hugo Motta já deu o ultimato: ou o governo apresenta uma solução, ou os PDLs podem ser votados.
Ao finalizar sua resposta sobre o assunto, Lula disse que “m economia não tem mágica”. “E quem pensa que tem mágica quebra a cara. Não se dá cavalo de pau em um transatlântico do tamanho do Brasil”, acrescentou.
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