O presidente Luiz Inácio Lula da Silva impediu os diplomatas do Itamaraty de atuar na crise que envolve o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As informações são do jornalista Cláudio Humberto, da Rádio Bandeirantes.
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De acordo com o jornalista, o petista nunca se preocupou com os impactos do imposto na economia brasileira e na supressão de empregos. Humberto afirma que “Lula só pensava em tirar proveito da briga com Trump para reverter a ampla desaprovação nas pesquisas”.
Ministro do governo viaja à Europa um dia depois do anúncio do tarifaço
A omissão do Itamaraty coincidiu com a viagem do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, à Croácia. A ida à Europa ocorreu um dia depois de o petista receber a carta de Trump. A correspondência criticava as decisões de censura e anunciava a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.
No lugar de debater a crise que estava se formando entre Brasil e EUA, Vieira preferiu reunir-se com Maka Botchorishvili, chanceler da Geórgia. O objetivo do encontro foi conversar sobre a relação comercial entre os dois países.
“Enquanto o tarifaço espantava os brasileiros e desesperava exportadores do nosso produto, Vieira estava em Dubrovnik, na Croácia, e depois viajou a Dublin, na Irlanda”, disse Humberto.
Além disso, o jornalista lembrou que a embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Ribeiro Viotti, estava de férias enquanto a crise entre Lula e Trump se agravava.
Depois de voltar do descanso, a diplomata chegou a tentar negociar com o governo norte-americano. Contudo, não foi recebida. “Tarde demais”, foi o recado do Departamento de Estado dos EUA para a representante brasileira.
Ministro do STF diz que Lula pode se beneficiar com o tarifaço
A declaração do jornalista converge com o que disseram alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ouvido em caráter reservado por Oeste, um juiz da Suprema Corte observou que, aquilo que seria um trunfo para a direita, corre o risco de virar um “tiro no pé”. Agora, Lula teria um “bode expiatório”.
Um interlocutor dos magistrados acrescentou que as pesquisas de opinião já sinalizam uma melhora na popularidade do petista, que tentará “unir o país”.
Apesar de tudo isso, o tarifaço mostra que a relação entre Brasil e EUA não anda bem. O próprio Trump já comentou a medida, quando afirmou que a taxa de 50% foi imposta aos países cuja relação “não tem sido boa”.
A crise preocupa setores empresariais do Brasil. “Negociações com os EUA devem ser priorizadas antes de qualquer retaliação imediata”, afirmou o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Ricardo Alban. De acordo com Alban, o Brasil só tem a perder com essa briga. “Perde a indústria, perde a economia, perde o social”, disse.
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