O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quinta-feira, 3, de um encontro com Adolfo Pérez Esquivel, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1980. A reunião aconteceu em Buenos Aires, capital da Argentina, durante a cúpula do Mercosul. Durante o compromisso, Lula publicou em suas redes sociais uma fotografia segurando uma placa com a frase “Cristina Livre”. O ato simbolizou apoio à ex-presidente argentina Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar.
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O líder brasileiro afirmou que debateu com Esquivel os desafios que rondam os defensores da democracia no atual contexto geopolítico. Ele citou o avanço da extrema-direita como uma ameaça global que afeta a estabilidade política de diferentes países. Cristina Kirchner qualificou a visita de Lula como um ato político de solidariedade. Lula, por sua vez, recordou o período em que passou 580 dias na prisão entre 2018 e 2019. Declarou que também foi vítima de perseguição política.
Cristina utilizou seu perfil na plataforma X para agradecer o gesto de Lula
A Justiça argentina condenou Cristina Kirchner a seis anos de prisão e decretou sua inelegibilidade. O tribunal atribuiu a ela participação em um esquema de corrupção durante seus mandatos à frente do governo, de 2007 a 2015. Ao comentar a visita, Cristina utilizou seu perfil na plataforma X para agradecer o gesto de Lula. Aproveitou para direcionar críticas ao presidente argentino Javier Milei.
No texto publicado na rede social, Kirchner acusou o governo Milei de promover a intimidação da imprensa. Alegou que jornalistas vivem sob pressão constante, com medo de perder publicidade estatal ou sofrer represálias. Apontou também leis de caráter repressivo e restrições impostas à atuação de lideranças opositoras.
Para ela, esse cenário compõe uma estratégia que busca impedir a capacidade de organização popular. Descreveu a situação como um “ataque preventivo” contra o direito à mobilização e à liberdade de expressão.
“O que completa esse quadro sombrio”, disse. “É o que estamos vivenciando: a imprensa reprimida por medo do Presidente, das ordens do chefe ou da perda de publicidade; leis repressivas; líderes da oposição impedidos de pisar em suas sacadas. Tudo isso faz parte de um ataque preventivo à capacidade de organização do povo.”
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