A ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck, afirma que o Brasil continua dependente de empresas estrangeiras para armazenar e processar dados. Ela argumenta que as big techs controlam, em sua maioria, os serviços de nuvem usados pelo governo.
A declaração ocorreu nesta quinta-feira 31, durante um evento da Festa Literária Internacional de Paraty. A ministra disse que o país tem um “gap tecnológico muito grande” e precisa avançar com urgência na construção de infraestrutura nacional.
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O alerta veio logo depois do anúncio do novo pacote tarifário do presidente Donald Trump. O republicano impôs taxas que variam de 10% a 41% sobre dezenas de países — o Brasil lidera a lista dos mais afetados.
Para Dweck, há risco real de sanções vindas das próprias empresas norte-americanas. “Hoje vivemos a possibilidade efetiva de algum tipo de sanção de determinadas empresas contra nosso país.”
Apesar da preocupação, o governo tenta avançar no setor. Segundo Dweck, o país ainda vai demorar para alcançar autonomia, mas algumas ações já estão em curso. Uma delas é a articulação com empresas brasileiras para ampliar a oferta de soluções de nuvem.
Haddad discute investimentos em data centers no Brasil
Em maio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com representantes de empresas como Google, Amazon e Nvidia. O encontro, realizado no Vale do Silício, discutiu medidas para atrair investimentos em data centers no Brasil.
As estimativas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços indicam um potencial de R$ 2 trilhões em aportes na próxima década. O pacote inclui incentivos fiscais e garantias de segurança jurídica para operadores do setor.
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Atualmente, 85% dos custos operacionais dos data centers no país são atribuídos a equipamentos de tecnologia da informação, como chips e servidores, altamente taxados. A política nacional em discussão pretende reduzir essa carga, em sintonia com a reforma tributária.
O objetivo do governo é aproximar o Brasil das práticas internacionais, ao simplificar impostos e diminuir o custo de importação de insumos essenciais. A proposta envolve ajustes em tributos federais e tarifas de importação, buscando tornar o setor mais competitivo.
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