Parlamentares de 11 partidos atuaram para enfraquecer controle de descontos no INSS

Parlamentares de 11 partidos atuaram para enfraquecer controle de descontos no INSS

Desde 2019, pelo menos 31 parlamentares de 11 partidos agiram para afrouxar o controle sobre os descontos em aposentadorias pagos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A manobra, envolvida no escândalo que atinge o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reuniu apoio tanto do PT quanto de legendas do centrão e do PL.

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O assunto chegou ao Congresso quando o governo Jair Bolsonaro (PL) despachou, em janeiro de 2019, uma medida provisória que fixava revalidação anual dos descontos concedidos a entidades associativas. A iniciativa visava a reforçar a fiscalização dos cadastros e reduzir fraudes.

Deputados e senadores reagiram logo em seguida. Ao todo, 26 deles apresentaram emendas para derrubar a exigência ou, ao menos, alongar o intervalo. A maioria defendeu revalidação quinquenal. Disseram que a revisão anual seria inviável e alegaram que a Constituição garante liberdade de associação, impedindo ingerência estatal na relação entre aposentados e entidades.

A ofensiva contou com nomes como Paulo Pereira da Silva (Solidariedade‑SP), Heitor Schuch (PSB‑RS), Daniel Almeida (PCdoB‑BA), Zé Neto (PT‑BA), Luiz Carlos Motta (PL‑SP), Patrus Ananias (PT‑MG) e Hildo Rocha (MDB‑MA). Também se engajaram os então deputados Paulo Paim (PT‑RS), hoje senador, e Marcelo Freixo (Psol‑RJ), atual presidente da Embratur.

Outra ala tentou eliminar, por completo, trechos da MP que endureciam as regras no INSS. Mirou o artigo 25, que reunia dispositivos mais rigorosos. Entre as vozes estão Fernanda Melchionna (Psol‑RS), Sâmia Bomfim (Psol‑SP), Áurea Carolina (Psol‑MG) e Edmilson Rodrigues (Psol‑PA).

A comissão mista que examinou a proposta ouviu representantes de aposentados. Warley Martins Gonçalles, presidente da Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos), declarou, em abril de 2019, que revalidar autorizações todo ano impossibilitaria o funcionamento das associações. Mesmo assim, a Cobap não figura entre as entidades investigadas pela Polícia Federal nem pela Controladoria‑Geral da União. No fim, o Planalto aceitou todos os ajustes.

Parlamentares que propuseram fim ou flexibilização da revalidação periódica do INSS

  • Paulo Pereira da Silva (Solidariedade‑SP)
  • Heitor Schuch (PSB‑RS)
  • Daniel Almeida (PCdoB‑BA)
  • Orlando Silva (PCdoB‑SP)
  • Zé Neto (PT‑BA)
  • Luiz Carlos Motta (PL‑SP)
  • Bohn Gass (PT‑RS)
  • Patrus Ananias (PT‑MG)
  • Marcon (PT‑RS)
  • Hildo Rocha (MDB‑MA)
  • Paulo Paim (PT‑RS)
  • Vilson da Fetaemg (PSB‑MG)
  • Celso Maldaner (MDB‑SC)
  • Valmir Assunção (PT‑BA)
  • Tereza Nelma (PSDB‑AL)
  • Izalci Lucas (então PSDB, hoje PL‑DF)
  • Jean Paul Prates (PT‑RN)
  • Paulo Rocha (PT‑PA)
  • Paulo Eduardo Martins (então PSC, hoje PL‑PR)
  • Wolney Queiroz (PDT‑PE), atual ministro da Previdência
  • Danilo Cabral (PSB‑PE)
  • Enio Verri (PT‑PR)
  • Jorge Solla (PT‑BA)
  • Capitão Alberto Neto (Republicanos‑AM)
  • Luis Miranda (Republicanos‑DF)

Parlamentares que apresentaram mudanças amplas que também removiam a revalidação

  • Fernanda Melchionna (Psol‑RS)
  • Sâmia Bomfim (Psol‑SP)
  • Áurea Carolina (Psol‑MG)
  • Edmilson Rodrigues (Psol‑PA)
  • Marcelo Freixo (Psol‑RJ)
  • Rogério Carvalho (PT‑SE)

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Fonte: https://revistaoeste.com/politica/inss-parlamentares-de-11-partidos-atuaram-para-enfraquecer-controle-de-descontos/

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