Policiais do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar de São Paulo (PM) prenderam nesta segunda-feira, 7, um homem investigado por envolvimento na tentativa de sequestro do senador Sergio Moro (União-PR). A prisão foi realizada durante patrulhamento de rotina na cidade de Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo.
Durante a abordagem, os agentes constataram que o indivíduo estava foragido da Justiça. Havia contra ele um mandado de prisão em aberto relacionado ao assalto a um avião pagador no aeroporto de Caxias do Sul (RS), em 2024. De acordo com a polícia, o preso teria atuado na logística e no suporte operacional do roubo.
Ainda segundo a PM, investigações conduzidas em conjunto com a Polícia Federal (PF) revelaram que o assalto teria ligação com lideranças do primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa à qual o homem preso é considerado integrante desde 2019.
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O suspeito detido também é investigado por participação no plano de sequestro de Moro, revelado em 2023. A operação para sequestrar o ex-juiz da Lava Jato foi organizada por integrantes do PCC e incluiu ações de monitoramento desde maio de 2022.
De acordo com investigações da PF divulgadas na época, a facção alugou uma chácara localizada a 48 quilômetros de Curitiba, no Paraná, que seria utilizada como cativeiro para manter Moro em cárcere privado. Segundo a apuração, o local apresentava características estratégicas: muros altos, estrada rural sem pavimentação e baixa circulação de veículos.
A intenção da facção era sequestrar Moro depois do segundo turno das eleições de 2022, período de redução no seu esquema de segurança. Ele seria abordado ao sair do Clube Duque de Caxias, onde votava. Conforme relatado, a operação foi prejudicada por duas ocorrências imprevistas.
Imprevistos frustraram sequestro de Moro
A primeira delas envolveu a dona da chácara, que, ao estranhar exigências da locatária — como pagamento em dinheiro, aluguel por longo prazo e restrição total ao acesso de terceiros — decidiu visitar o imóvel com um amigo policial. Ela encontrou o local vazio, mas, posteriormente, identificou os ocupantes como membros do PCC, depois de ser contatada pela PF.
Além da chácara, os criminosos também alugaram um apartamento em Curitiba, a cerca de 42 quilômetros do local do cativeiro. A movimentação suspeita dos ocupantes levou vizinhos a alertarem a imobiliária, que identificou irregularidades na documentação apresentada. A ameaça de denúncia à polícia fez com que os criminosos abandonassem o imóvel.
A segunda circunstância que comprometeu os planos foi a delação de um antigo integrante da cúpula da facção. Em busca de proteção contra ameaças de morte, ele procurou o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e citou o nome de Janeferson Aparecido Mariano Gomes, conhecido como Nefo, considerado o principal articulador do crime.
O plano da facção previa a troca de Moro por Marcola, líder do PCC, que está preso em um presídio de segurança máxima em Brasília. Caso a proposta não fosse aceita, a organização cogitava executar o senador.
Leia também: “A ousadia do crime organizado”, reportagem de Edilson Salgueiro publicada na Edição 243 da Revista Oeste
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