Mesmo com o recuo parcial em relação às tarifas globais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agitou o mercado ao anunciar novas taxas sobre a China. As importações do país asiático passam a ser taxadas em 125%, segundo comunicado feito nesta quarta-feira, 9, por meio da Truth Social.
A decisão de Trump intensifica a guerra comercial com Pequim e lança incerteza sobre os mercados internacionais. Especialistas avaliam que a volatilidade global pode atingir diretamente o Brasil, com impactos sobre os preços internos e a movimentação de capitais estrangeiros.
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O Brasil registrou em março uma retirada líquida de US$ 8,297 bilhões, superando o saldo negativo do mesmo mês em 2020. Com menos dólares em circulação, o real se desvaloriza, e os efeitos recaem sobre a inflação. A taxa básica de juros, já em 14,25% ao ano, deve seguir elevada.
A inflação acima da meta se soma à dificuldade do Banco Central em manter os preços sob controle. Na ata do último encontro, o Comitê de Política Monetária destacou o cenário internacional como um dos obstáculos à condução da política monetária brasileira.
Economista diz que tarifas de Trump são paliativas
Para o economista Alexandre Espírito Santo, a pausa nas tarifas anunciada por Trump é apenas paliativa. Ele destaca que “o que vem ocorrendo não é bom para ninguém”. A economista Juliana Inhasz compartilha da visão e prevê impactos negativos se os Estados Unidos entrarem em recessão.
“Caso a recessão se instale na economia norte-americana e se alastre mundo afora, poderemos ter também uma redução da venda de produtos brasileiros ao restante do mundo”, disse Juliana à CNN.
A desaceleração da economia global pode afetar diretamente o Brasil, especialmente pela dependência de commodities na balança comercial. Petróleo, soja e minério de ferro lideram a lista de exportações, mas perdem valor em um cenário recessivo internacional.
“Novos mercados poderão fortalecer as conexões comerciais brasileiras, impulsionando, em cenários específicos, o crescimento econômico”, conclui a economista.
Em fala à imprensa, Trump reforçou que deseja reequilibrar as relações comerciais. O republicano ressalta que, embora considere a política atual desfavorável aos EUA, a Casa Branca pretende firmar um acordo comercial com o regime de Xi Jinping.
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