Trump diz que Índia pagará ‘multa’ por comprar da Rússia
A Rússia endureceu suas declarações contra os Estados Unidos após o presidente americano, Donald Trump, voltar a ameaçar a Índia com tarifas maiores por causa de sua parceria comercial com os russos.
Em declarações nesta terça-feira (5), o Kremlin classificou a pressão contra o governo indiano e outros compradores do petróleo do país como “ilegal” e criticou as “ameaças”. Disse que todos os países soberanos têm o direito de escolher com quem estabelecer parcerias econômicas.
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O porta-voz do governo de Vladimir Putin também reafirmou que a Rússia não tem mais restrições sobre onde posiciona seus mísseis de alcance intermediário.
Nesta segunda-feira (4), Moscou anunciou que estava abandonando formalmente uma moratória que impedia essa ação, e acusou os Estados Unidos de posicionar armas semelhantes na Europa e na região Ásia-Pacífico.
Míssil intercontinental balístico russo Yars é lançado em exercício de guerra nuclear em Plesetsk, em 2022
Ministério da Defesa da Rússia/AP Photo
O ex-presidente Dimitri Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, culpou os países que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pela mudança de posição.
“A declaração do Ministério das Relações Exteriores da Rússia sobre a retirada da moratória sobre a implantação de mísseis de médio e curto alcance é resultado da política antirrussa dos países da OTAN. Essa é a nova realidade com a qual nossos oponentes terão que lidar. Espere novas medidas”, escreveu ele na rede social X.
A moratória havia sido adotada pela Rússia em 2019, após os Estados Unidos deixarem o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), assinado em 1987. O acordo proibia o uso de mísseis com alcance entre 500 e 5.500 km e foi um marco no desarmamento entre Moscou e Washington.
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Prudência
A Rússia pediu “grande prudência” nas declarações sobre armas nucleares após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o envio de dois submarinos nucleares.
O porta-voz russo, Dmitry Peskov, afirmou que todos devem ser “muito, muito prudentes” ao falar do tema. Ele minimizou a ação americana, dizendo que esses submarinos “já estão em serviço” de forma permanente e que a Rússia não vê isso como uma escalada na tensão nuclear.
“Não queremos ser arrastados para esse tipo de polêmica”, acrescentou Peskov.
Trump anunciou o envio dos submarinos na sexta-feira (1º), depois de uma troca de ameaças com Medvedev. O presidente americano não revelou para onde os submarinos foram enviados nem se eles têm ogivas nucleares.
A Marinha dos EUA opera 71 submarinos com propulsão nuclear, incluindo 14 com mísseis balísticos nucleares.
Nos últimos meses, Trump adotou uma postura mais conciliadora com Vladimir Putin, mas também expressou frustração e ameaçou novas sanções caso a Rússia não encerre a guerra na Ucrânia.
Em meio a essa escalada, o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, deve visitar Moscou ainda esta semana, antes do prazo dado ao governo russo para encerrar o conflito, que termina em 8 de agosto.
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Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/08/05/russia-critica-eua-por-pressao-tarifaria-e-afirma-nao-ter-mais-restricao-para-implantacao-de-misseis.ghtml