A Câmara Municipal de São Paulo aprovou em primeiro turno de discussão, na Sessão Plenária desta quarta-feira, 23, o reajuste anual dos servidores públicos da capital paulista. A mudança será escalonada, segundo o texto.
A matéria divide a atualização salarial e dos benefícios – como auxílio refeição e vale alimentação – em duas parcelas. A primeira, de 2,60%, a partir de 1° de maio deste ano, e a segunda, de 2,55%, que começa em 1° de maio de 2026. O texto passou com 31 votos favoráveis e 15 contrários.
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O reajuste vale para funcionários ativos e inativos, bem como para os pensionistas. Segundo o projeto, o objetivo é “implementar medidas de valorização aos servidores públicos, contribuindo para garantir a excelência do quadro e o comprometimento com o interesse público, bem como o cumprimento do programa de metas e o atendimento às necessidades do cidadão”.
Como representante da liderança do governo na Câmara, o vereador João Jorge (MDB) apoiou o projeto e disse que o Executivo municipal reconhece que houve perda inflacionária no último período em 5,21%.
No entanto, o porcentual precisou ser dividido em duas partes. “São 2,60% agora, e 2,55% no ano que vem, é a reposição deste ano”, explicou. “É importante dizer que é uma responsabilidade do prefeito, que cuida de toda a cidade.”
De acordo com o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Ricardo Teixeira (União), o projeto será discutido em audiência pública na manhã da próxima terça-feira, 29. Segundo ele, a previsão é de que a proposta retorne ao Plenário para a segunda e definitiva votação no mesmo dia.
Projeto de lei causou confusão na Câmara
Vereadores do Partido dos Trabalhadores se posicionaram contrariamente ao Projeto de Lei. Líder do PT na casa, a vereadora Luna Zarattini afirmou que a atualização salarial não valoriza os servidores públicos. “Se quisermos garantir serviços públicos de qualidade para a população, nós precisamos valorizar os servidores”, disse.
A bancada psolista também votou contra o projeto. Para o vereador Celso Giannazi, o reajuste proposto pelo governo da cidade de São Paulo não é suficiente. “2,6% não é nada, absolutamente nada, não corrige nem a metade da inflação”, criticou.
A vereadora Keit Lima, do Psol, entrou em um atrito com a colega Amanda Vettorazzo (União), coordenadora nacional do Movimento Brasil Livre (MBL). Em seu discurso, Amanda pediu respeito aos pais dos alunos afetados pela greve e propôs a meritocracia no ensino público.
Os profissionais da educação decretaram greve na semana passada, depois de rejeitarem a proposta do governo municipal. A categoria e outros servidores reivindicam reajuste dos salários acima da inflação anual acumulada.
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