A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) divulgou nota oficial nesta terça-feira, 15, em que manifesta preocupação com possível aumento de tarifas sobre produtos brasileiros, medida anunciada pelo governo dos Estados Unidos com previsão de entrada em vigor a partir de 1º de agosto de 2025.
Segundo a entidade, que representa empresas do setor logístico em todo o país, a imposição da sobretaxa tarifária “provocará, por natural consequência, perdas significativas ao setor”. A medida afeta diretamente o transporte rodoviário de cargas, que, conforme descrito pela associação, “é atividade essencial para a cadeia produtiva da logística da exportação”.
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A NTC&Logística ressalta ainda que a aplicação das tarifas não se limita ao impacto sobre o comércio bilateral, mas alcança toda a estrutura de transporte responsável pelo escoamento de produtos brasileiros com destino ao mercado norte-americano. Segundo a associação, a decisão “provocará, por natural consequência, perdas significativas ao setor”.
Em resposta à medida anunciada pelos EUA, a entidade defende o caminho da diplomacia. “A NTC&Logística reforça a importância do diálogo entre os governos brasileiro e norte-americano e espera que encontrem o melhor caminho para atender aos legítimos interesses das duas nações e de seus ecossistemas empresariais”.
Governo trabalha para reverter tarifas ainda em julho
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo federal está empenhado em reverter as tarifas impostas pelos EUA até o final deste mês. “A ideia do governo não é pedir que o prazo seja estendido, mas é procurar resolver até o dia 31”, afirmou, durante reunião com representantes da indústria nacional nesta terça-feira, 15.
O vice-presidente mencionou ainda o engajamento dos setores produtivos brasileiros com seus pares norte-americanos como parte da estratégia. “Todos eles se comprometeram a participar e trabalhar com seus congêneres”, disse. “Exportam para os EUA, têm importadores lá, ou vice-versa, importam dos EUA, cadeia integrada.”
Ele argumentou que o impacto das tarifas seria sentido também nos EUA. “Mostrar que isso tem um prejuízo não só para o Brasil, mas também um prejuízo para a população norte-americana, porque há uma complementariedade econômica”, acrescentou.
Alckmin também apresentou dados da balança comercial para sustentar o argumento de interdependência entre os dois países. “De janeiro a junho cresceram 4,3% as nossas vendas para os EUA, mas as vendas dos EUA para o Brasil cresceram mais de 11%”, contabilizou.
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