Apenas 12 dias depois de ser nomeado para ocupar oficialmente o cargo no Ministério das Comunicações, o deputado federal Pedro Lucas (União-MA) rejeitou o convite feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta terça-feira, 22, ele avisou que seguirá como líder do União Brasil na Câmara dos Deputados.
A expectativa dos auxiliares do presidente é a de que o União Brasil continue com a prioridade na escolha de um nome para a pasta. O movimento é um aceno ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para diminuir o fracasso do governo federal em projetos e votações na Casa.
Nos bastidores do poder, o Palácio do Planalto afirma, de forma reservada, que “não vai reagir com o fígado”. Apesar disso, a gestão petista admite que o recuo de Lucas foi um ato de desrespeito.
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Alcolumbre busca influenciar a escolha do novo ministro das Comunicações. A intenção é indicar alguém sem mandato de deputado, mas mantendo o controle do União Brasil sobre o órgão.
O mesmo caminho já ocorreu na escolha do Ministério da Integração Nacional, comandado pelo ex-governador do Amapá, Waldez Góes. Apesar de ser do PDT, ele integra a base de apoio a Alcolumbre no Estado.
A decisão quer evitar disputas internas e fortalecer a posição do partido. Enquanto isso, o PSD também busca por cargo no Ministério do Turismo, que hoje está sob o comando de Celso Sabino, que é do União Brasil do Pará.
Integrantes do União Brasil dizem não haver cenário favorável
Para membros da bancada do União Brasil na Câmara, há um sentimento crescente de distanciamento do governo. Uma indicação disso são as assinaturas de 41 dos 59 deputados da legenda favoráveis ao requerimento de urgência do Projeto de Lei da Anistia aos envolvidos no 8 de janeiro.
Segundo essa ala da bancada, a maioria formada a favor de um projeto que vai contra o governo federal não deixaria muitos nomes disponíveis para serem indicados como ministro.
Pedro Lucas se recusou a assumir a pasta para evitar uma guerra interna pela liderança da sigla na Câmara. Assim, a cúpula do partido o convenceu a recusar o convite para comandar o Ministério das Comunicações.
Saída de Juscelino do Ministério das Comunicações
A vaga de ministro das Comunicações está vaga desde quando Juscelino Filho deixou o cargo, em 8 de abril. Assim como Pedro Lucas, ele integra o União Brasil do Maranhão.
Juscelino decidiu deixar o cargo depois de denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República. O Ministério Público Federal entende que ele teve participação em um suposto esquema de desvios de emendas parlamentares pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba. O ex-ministro nega as irregularidades — mas não integra mais o primeiro escalão do governo Lula.
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