Igor Peretto, de 27 anos, foi morto a facadas no apartamento da irmã, Marcelly, em Praia Grande (SP). A parente, Rafaela Costa (viúva) e Mario Vitorino (cunhado) foram presos acusados de envolvimento no crime. Mario Vitorino, Marcelly Peretto e Rafaela Costa foram presos por envolvimento na morte de Igor Peretto
Polícia Civil
Rafaela Costa, Marcelly Peretto e Mario Vitorino, acusados de envolvimento na morte do comerciante Igor Peretto, assassinado a facadas em um apartamento em Praia Grande, no litoral de São Paulo, participam de uma audiência de instrução no Fórum da cidade nesta quinta-feira (20).
Conforme apurado pelo g1, o juiz deve determinar a sentença de pronúncia ou impronúncia, dizendo se os réus vão a júri ou não, após ouvir as testemunhas.
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Na audiência de instrução, marcada para as 9h30 desta quinta-feira (20), no Fórum de Praia Grande, as partes apresentarão provas e argumentos para o andamento do processo. Além do trio, outras testemunhas devem ser ouvidas pelo juiz.
Caso o magistrado determine a sentença de pronúncia, os réus serão submetidos ao julgamento pelo júri popular. No entanto, também há a possibilidade de impronúncia, caso o juiz rejeite a acusação do crime por falta de provas suficientes, por exemplo.
Expectativa dos advogados
Os casais estavam dentro do apartamento onde Igor Peretto foi encontrado morto em Praia Grande (SP)
Yasmin Braga/g1 e Reprodução/Redes Sociais
O advogado de Marcelly, Leandro Weissmann, afirmou que está confiante que a verdade prevaleça. “Eis que a sua prisão se mostra injustificada e as ‘verdades’ trazias por pseudo blogueiros e influencers não condiz com as provas dos autos, enganando a população e incitando-os contra a minha cliente”, disse.
Marcelo Cruz, representante de Rafaela, alegou que tem muito a esclarecer na ação penal. “Testemunhas serão ouvidas e será a primeira oportunidade para construção das provas dentro do chamado contraditório. Nessa fase, acusação e defesa, tem oportunidade de produzir provas”, afirmou.
O g1 procurou o advogado Mario Badures, que representa Mario, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Por fim, o assistente de acusação Felipe Pires de Campos disse acreditar que “tudo irá transcorrer da melhor forma possível, confiando o que desde a investigação já vinha se demonstrando e, ao final, todos sejam pronunciados”.
Triângulo amoroso
Casais (Mário e Marcelly, à esq. e Igor e Rafaela, à dir.) moravam próximos em Praia Grande (SP)
Redes Sociais
O MP-SP concluiu que o trio premeditou o crime porque Igor era um “empecilho no triângulo amoroso” entre Rafaela, Marcelly e Mario Vitorino. Ao g1, a promotora Roberta afirmou ter considerado o caso como “chocante e violento”.
A promotora disse que em nenhum momento os envolvidos tentaram salvar Igor ou minimizar o sofrimento dele. “Fizeram buscas de rota de fuga ou de quanto tempo demoraria para [o corpo] cheirar e chamar a atenção de alguém e eles terem tempo de fugir”, complementou.
Vantagem financeira
Igor Peretto, irmão do vereador de São Vicente (SP), Tiago Peretto (União Brasil), foi morto a facadas em Praia Grande
Reprodução/Redes Sociais e Thais Rozo/g1
De acordo com a denúncia recebida pela Justiça, a morte de Igor traria “vantagem financeira” aos acusados. Os advogados dos presos negaram a versão apresentada pelo MP-SP, que afirmou que Rafaela mantinha relacionamentos extraconjugais com Mário e Marcelly, estabelecendo uma relação íntima entre o trio sem o conhecimento do comerciante.
O Ministério Público citou quais seriam as vantagens financeiras aos denunciados. Segundo o órgão, Mário poderia assumir a liderança da loja de motos que tinha em sociedade com o cunhado, enquanto a viúva receberia herança. “Marcelly, que se relacionava com os dois beneficiários diretos, igualmente teria os benefícios financeiros”.
O MP considerou a ação do trio contra Igor um “plano mortal”. O documento diz que eles planejaram o crime, sendo que Mário desferiu as facadas, a viúva atraiu o comerciante e, junto com Marcelly, incentivou Mário a matá-lo.
O órgão levou em conta essas informações para elaborar a denúncia por homicídio qualificado. “O crime foi cometido por motivo torpe, pois Mário, Rafaela e Marcelly consideraram Igor um empecilho para os relacionamentos íntimos e sexuais que os três denunciados mantinham entre eles.
Ainda segundo a denúncia, o assassinato também foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, pois Igor estava desarmado e foi atacado por uma pessoa com quem tinha relacionamento próximo e de quem não esperava mal.
Sobre o crime
Cronologia da morte do comerciante Igor Peretto: tudo que se sabe da descoberta da traição à morte
Reprodução
O crime aconteceu em 31 de agosto no apartamento da irmã de Igor, em Praia Grande. Dentro do imóvel estavam a vítima, Marcelly e Mário Vitorino. Rafaela chegou com Marcelly ao apartamento, mas o deixou 13 segundos antes do marido chegar com o suspeito pelo assassinato.
De acordo com os depoimentos do trio e dos advogados, a viúva Rafaela tinha um caso com Mário. Além disso, o advogado de Marcelly chegou a dizer que a cliente e Rafaela tiveram um envolvimento amoroso no local antes da chegada de Igor e Mario no apartamento.
Igor Peretto foi morto a facadas e teria ficado tetraplégico [sem movimento do pescoço para baixo] se tivesse sobrevivido. A informação consta em laudo necroscópico obtido pelo g1. Três pessoas próximas à vítima foram presas: Viúva, irmã e cunhado.
Prisões
Mario, Marcelly e Rafaela, investigados pelo homicídio contra o comerciante Igor Peretto
Reprodução e Redes sociais
As mulheres se entregaram e foram presas em 6 de setembro, enquanto Mário foi detido após ser encontrado escondido na casa de um tio de Rafaela, em Torrinha (SP), no dia 15 do mesmo mês.
O trio havia sido preso temporariamente em setembro e, no início de outubro, a prisão temporária foi prorrogada. Na ocasião, a defesa de Rafaela chegou a entrar com pedido de habeas corpus, que foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A Justiça de Praia Grande (SP) converteu as prisões do trio, de temporárias para preventivas, após a denúncia feita pelas promotoras Ana Maria Frigerio Molinari e Roberta Bená Perez Fernandez, do MP-SP.
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
Fonte: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2025/03/20/viuva-irma-e-cunhado-presos-por-envolvimento-na-morte-de-comerciante-participam-de-audiencia-nesta-quinta.ghtml