Audiência na Câmara discute cuidados com crianças que nasceram com microcefalia por causa do Zika vírus

Audiência na Câmara discute cuidados com crianças que nasceram com microcefalia por causa do Zika vírus
Tony Winston/Agência Brasília
Microcefalia é um dos efeitos possíveis da síndrome congênita do Zika vírus

A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados promove, na próxima terça- feira (20), audiência pública sobre as sequelas da microcefalia e a importância da pensão vitalícia para crianças afetadas por essa condição em decorrência do vírus Zika.

O debate atende a pedido da deputada Rogéria Santos (Republicanos-BA) e será realizado a partir das 10 horas, no plenário 7.

Rogéria lembra que a epidemia de Zika vírus, que atingiu o Brasil entre 2015 e 2016, resultou no nascimento de inúmeras crianças com microcefalia e outras complicações neurológicas graves.

“Essas condições impõem desafios significativos às famílias, exigindo cuidados contínuos e especializados, além de recursos financeiros substanciais para garantir qualidade de vida às crianças afetadas.”

Pensão
Atualmente, a lei garante uma pensão especial vitalícia de um salário mínimo para crianças nascidas com a Síndrome Congêmita do Zika Vírus entre janeiro de 2015 e dezembro de 2019 e que se enquadrem na condição de titular do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A deputada afirma que o valor da pensão é insuficiente para proporcionar uma vida digna. Em janeiro deste ano, o governo vetou o Projeto de Lei 6064/23, que previa a concessão de pensão vitalícia e indenização às pessoas com deficiência permanente associada ao Zika vírus.

“Como alternativa, foi editada a Medida Provisória 1287/25, que institui um auxílio financeiro em parcela única de R$ 60 mil para crianças de até 10 anos com deficiência causada pelo Zika vírus.”

Essa mudança, segundo Rogéria, gerou insatisfação entre as famílias afetadas, que consideram o valor insuficiente para cobrir as despesas contínuas e de longo prazo associadas aos cuidados necessários.

A deputada espera que a audiência esclareça os impactos da microcefalia nas famílias e a necessidade de políticas públicas que garantam suporte financeiro contínuo.

Relembre
De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2015 e 2018 foram confirmados 3,3 mil casos de alterações no crescimento e desenvolvimento de recém-nascidos relacionados ao vírus zika, a maior parte no Nordeste (2.122 casos).

A malformação pode ser acompanhada de epilepsia, paralisia cerebral, retardo no desenvolvimento cognitivo, motor e fala, além de problemas de visão e audição.

As crianças com microcefalia precisam de estimulação precoce, para reduzir o comprometimento no desenvolvimento.

Fonte: https://www.camara.leg.br/noticias/1159066-audiencia-na-camara-discute-cuidados-com-criancas-que-nasceram-com-microcefalia-por-causa-do-zika-virus/

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