Um ponto crucial abordado foi a natureza do trabalho escravo moderno: ele não é apenas resultado da maldade do empregador, mas sim um modelo de produção que gera lucros sem maiores gastos, transformando a pessoa em “coisa”, “objeto de produção”.
A palestra detalhou a história da escravidão e suas manifestações atuais no Brasil, com ênfase em MS.
2/6/2025 – A Escola Judicial do TRT/MS realizou, na última quinta-feira (29/5), o evento “Trabalho escravo moderno e suas consequências”, no auditório do CEJA, na UEMS de Bataguassu, com a palestra do diretor da EJUD, desembargador Francisco Filho, que relatou a história da escravidão, sua persistência e manifestações atuais no Brasil, com ênfase no estado do Mato Grosso do Sul. O desembargador ressaltou que, embora a Lei Áurea de 1.888 tenha extinguido a escravidão no Brasil, o trabalho escravo não acabou. Ele explicou que o trabalho escravo moderno se caracteriza pela falta de liberdade de decidir se quer ou não trabalhar, muitas vezes motivada pela necessidade de sobrevivência devido à fome e vulnerabilidade.
Um ponto crucial abordado foi a natureza do trabalho escravo moderno: ele não é apenas resultado da maldade do empregador, mas sim um modelo de produção que gera lucros sem maiores gastos, transformando a pessoa em “coisa”, “objeto de produção”. Em Mato Grosso do Sul, o problema ainda é difícil de resolver, afetando principalmente indígenas e migrantes.
A abertura contou com duas apresentações musicais de rap escritos por jovens estudantes, com letras que refletiam sobre a vida e o trabalho. O evento reuniu juristas, estudantes, representantes da advocacia e a comunidade. O juiz do trabalho Antônio Arraes, titular da Vara do Trabalho de Bataguassu e um dos gestores regionais do Programa Nacional de Enfrentamento ao Trabalho Escravo e ao Tráfico de Pessoas e de Proteção do Trabalho do Migrante, destacou a importância do evento para a erradicação dessas condições de trabalho na sociedade.
O debate após as palestras reforçou a visão de que é necessário aumentar as fiscalizações e promover um envolvimento de toda a sociedade para proteger a população vulnerável e resgatar os trabalhadores, proporcionando uma vida digna. Denúncias podem ser feitas pelo telefone “Disque 100”.
Fonte: TRT da 24ª Região
Fonte: https://www.csjt.jus.br/web/csjt/noticiarss?p_p_id=56_INSTANCE_e4qZ&p_p_lifecycle=0&refererPlid=955027&_56_INSTANCE_e4qZ_articleId=46527262&_56_INSTANCE_e4qZ_groupId=955023