Vereador quer proibir gênero neutro na comunicação oficial de Curitiba

Vereador quer proibir gênero neutro na comunicação oficial de Curitiba

Um projeto de lei de autoria do vereador Guilherme Kilter (Novo) apresentado nesta quinta-feira, 13, propõe vedar o uso do gênero neutro ou não binário em todas as comunicações oficiais da administração pública de Curitiba.

A proposta tem como objetivo garantir a obrigatoriedade do uso da norma culta, baseada no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), “em todas as comunicações oficiais e documentos produzidos pela Administração Pública Municipal de Curitiba, abrangendo órgãos e entidades da esfera direta e indireta”.

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A proposta define a linguagem neutra ou não binária como “toda e qualquer forma de expressão que modifique, descaracterize ou suprima os gêneros masculino e feminino presentes na norma culta da Língua Portuguesa”. Dessa forma, a utilização de pronomes neutros, como “elu”, ou palavras com terminações neutras, como “amigx” ou “todes”, ficaria proibida.

A restrição abrange diversos canais de comunicação oficial, como documentos oficiais, como ofícios, portarias e memorandos; publicações em sites institucionais e portais de transparência; e placas, informativos e material publicitário financiado pelo poder público de Curitiba.

A responsabilidade pela fiscalização ficará a cargo dos servidores públicos encarregados da comunicação institucional de cada órgão, que poderão ser submetidos a processo administrativo disciplinar caso descumpram a norma. A lei prevê medidas administrativas como notificações formais, recomendações de apuração funcional e comunicação à Procuradoria Geral do Município.

O projeto prevê que os custos de implementação serão mínimos, limitados à fiscalização e revisão dos documentos já produzidos. Os ajustes necessários, segundo a proposta, serão feitos de forma gradual para não onerar o funcionalismo ou prejudicar o acesso à informação.

Gênero neutro na berlinda

Kilter argumenta que a linguagem neutra compromete a clareza e a objetividade das comunicações públicas, o que dificulta a compreensão pela população. Além disso, ao adotar a linguagem neutra, a administração pública se desvia do interesse coletivo e quebra a padronização necessária para garantir a efetividade na transmissão de informações.

“A comunicação oficial do Município é um instrumento fundamental para a transparência e a uniformidade das ações governamentais”, destacou Kilter. “O poder público deve ser o exemplo em clareza e acessibilidade, especialmente em documentos oficiais que influenciam diretamente a vida das pessoas.”

O vereador defende que a linguagem oficial “deve servir como instrumento eficiente de comunicação pública e jamais se transformar em uma barreira ideológica que prejudique o entendimento do cidadão comum sobre ações do poder público”.

Agora, a proposta seguirá para discussão e votação no plenário da Câmara Municipal de Curitiba. Se aprovada, a lei entrará em vigor imediatamente depois de sua publicação e caberá ao Poder Executivo regulamentar os procedimentos de fiscalização e aplicação das penalidades.

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